Os espíritos sentem fome?

O poder da ilusão sobre a mente.


A pergunta pode parecer boba para muita gente. Mas, desde que Chico Xavier psicografou o livro Nosso Lar, esta pergunta tem sido feita.


Para responder coloco abaixo parte do um trecho da Revista Espírita (1858) cujo nome é “A fome entre os espíritos”. Nesta reportagem Allan Kardec coloca uma nota:

“A quem não conhece a verdadeira constituição do mundo invisível, parecerá estranho que os Espíritos que, segundo eles, são seres abstratos, imateriais, indefinidos, sem corpo, sejam vítimas dos horrores da fome; mas o espanto cessa quando se sabe que esses mesmos Espíritos são seres como nós; que eles têm um corpo, fluídico é verdade, mas que não é menos da matéria; que, em deixando o seu envoltório carnal, certos espíritos continuam a vida terrestre com as mesmas vicissitudes durante um tempo mais ou menos longo. Isto parece singular, mas isto é, e a observação nos ensina que tal é a situação dos Espíritos que viveram mais da vida material do que da vida espiritual, situação frequentemente terrível, porque a ilusão das necessidades da carne se faz sentir, e se têm todas as angústias de uma necessidade impossível de ser saciada. O suplício mitológico do Tântalo acusa, entre os antigos, um conhecimento mais exato do que se supõe do estado do mundo de além-túmulo, mais exato sobretudo do que entre os modernos”.

Alan Kardec descreve de modo claro. O espírito pode sentir fome, mas esta fome é fruto de uma fixação da consciência na vida encarnada, que não existe mais. O espírito sofre porque sente necessidade, mas não pode saciar. É uma ilusão que pode chegar ao delírio. Realço o que Kerdec escreveu: “a ilusão das necessidades da carne ... e se têm todas as angústias de uma necessidade impossível de ser saciada”.

Nosso corpo encarnado precisa de alimentos, nosso corpo espiritual (perispírito) e nosso espírito não necessitam de comidas. Portanto, os espíritos que pensam estar comendo estão em delírio. Aqueles que sentem esta necessidade física vivem uma fantasia, um desejo, que aos poucos abandonam.

O livro Nosso Lar mostra outra realidade, lá existe alimentação, sono, etc. A lógica deste livro é que existe uma relação entre o nível evolutivo e a densidade da matéria. Quando o espírito é menos evoluído, o perispírito (invólucro que envolve o espírito) é mais denso e com mais necessidades materiais. À medida que evolui, o perispírito torna-se menos denso e estas necessidades mais físicas vão perdendo a importância. É uma progressão passo a passo, até que o espírito torna-se muito evoluído e, portanto, mais sutil.

São duas visões diferentes. Não tenho opinião formada. Mas, pelos relatos de pacientes em hipnose tendo mais para a explicação de Allan Kardec.

Quando estes pacientes relatam seus desencarnes anteriores há aqueles que ficam “presos” na ilusão da vida terrena. São estes que sentem as mesmas sensações que sentiam enquanto encarnados. Tão logo perdem esta ilusão, perdem também suas sensações do corpo físico (fome, por exemplo). É uma mudança mais radical do que aquela que é descrita por Chico Xavier (André Luiz).

Concluindo:
Espíritos não sentem fome. Espíritos menos evoluídos, ao se desencarnarem, podem manter a identificação com o corpo físico e com a vida material no Planeta Terra. Esta identificação gera necessidades ilusórias. Estas necessidades desaparecem assim que o espírito se liberta da identificação com o corpo físico que faleceu e diminui seu apego à vida material terrena.

O mesmo vale para as sensações de sede, frio, dor no corpo, e muitas outras sensações que só existem se houver apego ao plano material.

A questão das vibrações

O espírito interage com o ambiente espiritual. Existe troca e inter-relação. Esta troca é realizada através das vibrações que são emanadas e recebidas por todos os seres vivos. Também são processadas por eles, que agregam às vibrações recebidas qualidades e padrões.

Neste sentido, se existe um alimento espiritual, esse “alimento” são as vibrações.

Por Regis Mesquita

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