Uma eterna procura!? |
Onde estará o meu amor?
Será que chama como eu?
Será que vela como eu?
Será que pergunta por
mim?
Onde estará o meu amor?
(Chico
César, compositor)
Não há dúvida que o amor nasce
e tem seu impulso na família e na consanguinidade. Dia virá que ele se
estenderá para toda a humanidade: a grande família, a família universal. Ainda
estamos muito longe do amor incondicional por todos os seres.
Por enquanto, amamos de
verdade as pessoas mais próximas, aquelas com as quais convivemos.
O interesse comum, a
convivência e a maneira de ser despertam em nós o amor que, se legítimo, poderá
perdurar para sempre.
“Nestas
experiências conjuntas, ambos os Espíritos foram passando por circunstâncias
juntos, enfrentando desafios, superando obstáculos, atravessando todas as
dificuldades, e envolveram-se em laços afetivos e amorosos um com o outro,
brotando daí uma profunda identificação e um sentimento verdadeiro”.
Mas
como identificar se existem pessoas que muito amamos vivendo conosco no palco
da vida terrestre?
Será
que estão ao nosso lado, reencarnados?
Será
que estão no Plano Espiritual?
Na verdade, o amor verdadeiro
e incondicional por alguém poderá nos fornece a resposta. Aquele amor que
reside no fundo do nosso ser, dificilmente é resultado de uma única existência.
Trata-se de lembranças de vidas anteriores, onde desenvolvemos a afetividade, a
ligação.
Algumas pessoas alegam que o
amor de suas vidas deve estar reencarnado em outro país ou mesmo estar
desencarnado. É possível. Muitas vezes, após séculos juntos, nos desencontramos
na grande viagem do progresso espiritual. Não pertencemos a ninguém e ninguém é
dono de nós. É preciso estabelecer novos vínculos, criar novos amores. Mas, via
de regra, esse afastamento, quando ocorre, é apenas temporário: poderemos nos
reencontrar com os seres mais queridos em outras oportunidades, em outras vidas
ou na Espiritualidade.
Quando acontece de duas almas
que se amam estarem separadas, uma no plano físico e outra no plano espiritual,
ambas devem exercitar o desapego e procurar outras pessoas para se relacionar.
Todos nós possuímos uma
família espiritual que é sempre maior que a nossa restrita família
consanguínea.
“Ela
é composta por centenas de espíritos que tiveram milhares de experiências
conosco em vidas passadas; são espíritos que nos conhecem há milênios, e todo
esse arcabouço de experiências coletivas os liga por laços de amizade, carinho,
amor, cooperação, compaixão…”
Nessa abrangente família há
aqueles espíritos que temos uma afeição mais profunda, deixando em nós o
“sentimento” de que não podemos viver sem eles.
Os papeis que eles e nós
desempenhamos nas diversas reencarnações são múltiplos: algumas vezes somos
irmãos consanguíneos, outras vezes desempenhamos o papel de pais, tios, avós
etc.
“A
proximidade do parentesco físico não é definitiva para indicar o grau de
afeição entre duas almas. Por exemplo, um filho pode amar mais a avó do que a
própria mãe, pois seus laços espirituais podem ter sido mais estreitos em
diversas vidas passadas. Um pai pode amar mais um filho do que o outro: embora
muitos pais neguem essa diferença afetiva, sabemos que isso existe e é
perfeitamente normal, já que um pai pode ter mais experiências amorosas
pretéritas com um filho do que com o outro”.
“Dessa
forma, a família de almas é nossa família espiritual e vale muito mais do que
nossa família física. Um bom exemplo é observar o comportamento afetivo das
pessoas. Algumas podem gostar mais de um amigo do que de um parente próximo,
como pai, mãe ou irmão. Esse amigo, apesar de não fazer parte de sua família
consanguínea, pode ser um membro próximo de nossa família espiritual, e um amor
muito grande pode estar presente na relação de ambos. Assim, a família
espiritual transcende nossa família de sangue e demonstra a existência de laços
muito maiores, mais sutis e imensamente mais antigos do que os laços
consanguíneos”.
Emmanuel, em seu livro “Vida e
Sexo”, esclarece que muitas vezes é necessária uma inversão de papeis nas
experiências afetivas, sobretudo quando o amor se torna obsessivo. Como a vida
é equilíbrio, quando saímos do eixo ela promove situações para nos recolocar na
trilha certa novamente.
Exemplo: dois
espíritos que viveram muitas vidas como marido e mulher e desenvolveram um
apego doentio um pelo outro. Numa próxima existência poderão reencarnar na
condição de pai e filha ou mãe e filho para que se disciplinem e transformem o
amor doentio em um amor puro, leve, verdadeiro. Emmanuel chama isso de
“desvinculação”.
É preciso muita atenção nas
nossas relações afetivas. Nunca diga: “ não consigo viver sem ele (a) ”. Isso é
amor doentio. Quem ama de verdade deixa seu amor livre e fica feliz quando ele
se realiza sem você por perto.
“O
amor real é calmo, sereno, não se deixa influenciar por sentimentos de
controle, posse, ciúme e outras armadilhas inferiores. O amor verdadeiro deseja
que o outro esteja bem, mesmo que ele não fique conosco. Ele é espontâneo,
livre e há desprendimento; só o que importa é o bem-estar do outro. Fazemos de
tudo para que o outro seja feliz”.
Fique
claro: o amor verdadeiro é libertador e não acaba com a vida
física. Continuamos a nos amar e esse amor carregamos para sempre.
Outro fenômeno bastante
interessante é o chamado “amor à primeira vista”. Esse fenômeno só é
inexplicável quando não se leva em conta a reencarnação. O amor à primeira
vista consiste no despertar de um sentimento tão logo vemos ou estamos na
presença de uma pessoa desconhecida que nos desperta algo portentoso, excelso,
superior, quase celeste e divino, e que é incompreensível.
“Há
uma nítida impressão de que já conhecemos aquela pessoa. Alguns indivíduos, não
muito versados na noção reencarnacionista, afirmam que não existe o amor à
primeira vista, mas sim uma espécie de encantamento, de fascinação, de
deslumbramento pela beleza do outro. Apesar de estes sentimentos estarem
misturados no primeiro momento, não seria apressado dizer que há, de fato, um
amor que pode estar sendo ressuscitado, reaceso, vindo à superfície e
despertando, trazendo à tona um sentimento sublime e transcendente que até
então estava meio apagado dentro de nós”.
Esse amor pode ter sua origem
em dezenas ou mesmo centenas de vidas passadas onde estas duas almas viveram
juntas. Esse reencontro faz ressurgir uma emoção, um envolvimento que já
existia dentro da pessoa, mas que ainda estava disperso. O amor à primeira
vista não deve ser confundido com deslumbramento pela beleza física. Ele é uma
profunda identificação com alguém que já conhecemos há milênios e que
reencontramos nesta vida.
Com esse reencontro podemos
reiniciar uma longa história de amor.
Por Fernando Rossit
FONTE:
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