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A dualidade do equilíbrio. |
“É,
pois, injusto se lhes lance anátema em nome da ortodoxia, porque dia virá em
que todas essas crenças tão diversas na forma, mas que repousam realmente sobre
um mesmo princípio fundamental - Deus e a imortalidade da alma - se fundirão
numa grande e vasta unidade, logo que a razão triunfe dos preconceitos.”
(A Gênese)
Antes de esclarecermos quem
são as Pomba-giras (Bombogira, Pombajira ,
Guardiã)
na visão espírita, precisamos antes, deixar claro alguns pontos.
Tudo no mundo é movido por
polos, dualidades opostas, fatores essenciais para a manutenção do equilíbrio
da evolução espiritual. Para isto, todas as energias precisam estar em
constante atividade e nenhuma delas deve ser desprezada.
“Todos
têm deveres a cumprir. Para a construção de um edifício, não concorre tanto o
último dos serventes de pedreiro, como o arquiteto?” (O Livro dos
Espíritos).
Todo espírito tem função e é
comandado por Deus através de seus agentes, que atuam em seus devidos graus de
aprimoramento.
Seguindo a lei pétrea da
evolução, todo ser que hoje é de luz, em algum momento já transitou pelas
trevas. Por isso, os mais puros espíritos que guardam respeito a todos os
outros, entendem que não há imperfeição ou inferioridade, uma vez que tudo o
que Deus cria é perfeito de acordo com o estagio em que se encontra sua obra.
As Pombagiras, quando
cultuadas no Candomblé (religião brasileira de
matriz africana que pratica o culto aos Orixás), são entendidas por
Orixás Exus, ou seja, Divindades que atuam na vibração feminina.
Quando levada para a Umbanda, (religião brasileira de matriz africana, com sincretismo
Católico e compreensão de valores das forças da natureza, da sabedoria milenar
oriental, indígena, que também sofre forte influência da Doutrina Espírita em
suas práticas, e atua com a manifestação dos espíritos para a prática da
caridade), esta definição muda, empregando a uma linha específica de
espíritos a função de executores e cobradores das leis de causa e efeito.
Pombagiras são espíritos que
quando encarnados no sexo feminino, tiveram experiências de provas e expiações
dos mais variados tipos. O encarne destes espíritos foi de muito sofrimento,
principalmente pelo fato de haverem sido mulheres revolucionárias, totalmente a
frente do seu tempo. Muitas eram médiuns incompreendidamente tratadas como
Bruxas que foram queimadas na época da Inquisição; outras, por não se
submeterem a uma vida de tortura e submissão dentro de seus lares, abriam mão
de uma vida tida como correta perante a sociedade, para buscar sua liberdade.
Encontraram toda sorte de dificuldades que proporcionaram as estes espíritos,
ricas, porém, dolorosas experiências, que hoje, relatadas por elas em sua
mensagens, são uteis a todos nós.
Quando se manifestam por meio
da mediunidade de incorporação, fazem um importante trabalho, primeiramente no
médium, de carga e descarga energética, mas, principalmente, no auxílio do
esgotamento de vícios e paixões mundanas, estendendo seus ensinamentos aos
consulentes também.
São elas que nos levam ao
esgotamento de uma situação, nos trazendo o despertar da consciência para um
assunto que nos prende e nos impede de seguir nosso caminho, ao passo que
também nos faz expor tudo o que guardamos dentro de nossa intimidade
psicológica, emocional e espiritual. Elas movem todos os sentimentos que
guardamos e que, quando não trabalhados, causam grande atraso em nossa
evolução. Tal função não compete a um espírito perfeito, mas sim àquele que
está em sintonia vibracional mais próxima de nós, pois, para este trabalho, os
fluídos requisitados são mais densos, e o trabalho intuitivo mais intenso
também.
Antes de encarnarmos, alguns
ajustes e resgates foram pedidos por nós ou compelidos pela espiritualidade,
porém, pelo véu do esquecimento, muitas vezes não são cumpridos. Novamente,
entram as Pombagiras para nos cobrar a memória subconsciente, nos tirando da
zona de conforto.
São grandes conselheiras
principalmente das mulheres, mas de mesma valia para os homens. Possuem gestos
delicados extremamente femininos, utilizam objetivos embelezadores em seus
trabalhos, mas engana-se quem pensa que é mera vaidade ou falta de
esclarecimento espiritual. Na verdade, é uma forma de trazer a importância do
cuidado e amor próprio. Estes espíritos, e a grande maioria dos que se
manifestam utilizando-se de formas de agir ou falar específicos, assim o fazem
não por necessidade própria, mas sim para atender a necessidade do consulente,
que para, por exemplo, entender que precisa trabalhar seus valores, tem de
“visualizar” uma mulher bela, decidida e vaidosa. Quem nunca julgou a capacidade
de um dentista pelos dentes que o profissional obtém? Muitos são os seres
humanos que ainda precisam desse tipo de “roupagem” para acreditar na eficácia
do trabalho ou não se sentir intimidados com suas carências terrenas diante de
um ser de luz. São ferramentas importantes e utilizadas de acordo com o grau de
entendimento do solicitante. Um ato de humildade e caridade incontestável.
Assim como os Pretos Velhos, elas também manipulam energias invisíveis para a
maioria das pessoas, bem como elementais (que
são movimentados pelas energias dos elementos da natureza, os Orixás),
através da defumação com o cigarro, uso de velas e outros instrumentos, todos
com função psicológica ou magnética.
Quando finalizam o seu
trabalho, encarregam-se de neutralizar energias paradas, deixando o ambiente
neutro e o consulente, apto a seguir o seu caminho.
Não são raros os trabalhos das
Pombagiras em Centros Espíritas, comumente realizados no plano espiritual.
Porém, quando se manifestam, ADEQUAM-SE à forma de trabalho daquele local,
trazendo mensagens ou espíritos carecidos de doutrinação. Como todo espírito
que trabalha na senda do bem, é identificado pelo teor de seus ensinamentos e
trabalho executado.
Certa vez Chico Xavier foi
questionado sobre o que ele achava das Pombagiras.
Chico respondeu que tinha o
maior respeito por esses espíritos e que eles eram extremamente necessários.
Segundo ele, as mães de filhos
que cometeram suicídio ao desencarnarem ficam desesperadas à procura de seus
filhos. Mas eles se encontram numa região de difícil acesso, chamada VALE DOS
SUICÍDAS, e sob o comando de espíritos que não permitem que outros lá entrem.
Segundo Chico, as Pombagiras
são os únicos espíritos que conseguem transitar por esse local sem nenhum tipo
de impedimento e elas, uma vez por ano, promovem o encontro desses filhos
suicidas com suas mães desencarnadas.
Infelizmente, por conta de
desvios morais, psicológicos e espirituais de alguns médiuns, estes espíritos
sofrem acusações que não lhes competem.
Pombagiras são trabalhadoras
supervisionadas pelos engenheiros da espiritualidade (os Orixás, energias da natureza), que
respondem aos governadores dos mundos, mensageiros das Leis Divinas.
Independente da religião ou até mesmo na ausência de uma, trabalha para o bem,
não compactuam com o mal. São as Guardiãs dos nossos sentimentos mais
profundos.
Nestes casos de desequilíbrio
mediúnico, espíritos que estão longe de se encarregarem de tão importante
trabalho, os zombeteiros, aproveitam para ridicular o médium e, também,
injustamente, este sério trabalho que as Pombagiras executam.
Porém, a sincronia perfeita de
Deus se encarrega de direcionar a cada causa o seu efeito correspondente:
557. A
bênção e a maldição podem atrair o bem e o mal para aqueles a que são lançadas?
— Deus não ouve uma maldição
injusta e aquele que a pronuncia é culpável aos seus olhos. Como temos as
tendências opostas do bem e do mal, pode nesses casos haver uma influência
momentânea, mesmo sobre a matéria; mas essa influência nunca se verifica sem a
permissão de Deus, como acréscimo de prova para aquele que a sofre. De resto,
mais frequentemente se maldizem os maus e bendizem os bons. A bênção e a
maldição não podem jamais desviar a Providência da senda da justiça: esta não fere
o amaldiçoado se ele não for mau, e sua proteção não cobre aquele que não a
mereça.
Portanto, Pombagira não é
mulher de 7 maridos, não é prostituta, não rouba, amarra, ou separa ninguém.
Seu trabalho é sério, como de todo espírito que busca a sua perfeição e não
regride. Jamais compactuaria com atos que infligissem o livre arbítrio.
São a “luz no fim do túnel”,
ou do “alto do poço”, quando nenhuma força mais te resta e, sob os desígnios da
misericórdia divina, te impulsionam rumo à superação de si mesmo.
São as que podem se
identificar nas mensagens como, Ana, Maria, Mariana, Espirito Amigo, ou...
Pombagira.
Por Jackelline Furuuti
FONTE:
fiquei super contente com essa explanação sobre as Pomba Giras. Sempre tive um carinho muito grande por elas. Principalmente a qual dizem estar sempre ao meu lado. Quantas e quantad vezes numa hora de aflição clamei por ela,e de imediato me transmitiu paz.
ResponderExcluirMuito esclarecedor obrigado
ResponderExcluirMuito top!
ResponderExcluirPor mais pessoas que compreendam esses espíritos amigos como você! Parabéns por compartilhar conosco.
Muito esclarecedor!
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