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A mente transforma o perispírito... No mundo espiritual. |
1. CONCEITOS:
A) ZOANTROPIA
A
palavra Zoantropia tem origem do latim (zoo
= animal e anthropos = homem) e é o fenômeno em que
espíritos desencarnados devotados ao mal se tornam visíveis aos homens sob
formas de animais, demonstrando assim sua degradação tanto moral, quanto
espiritual.
Esse processo de transformação também pode se dá através de uma
metamorfose perispirítica, processada através de uma indução hipnótica, em que
o desencarnado inferiorizado em suas culpas, ganha a forma animalesca. Uma das
espécies de Zoantropia é a Licantropia e a Cinantropia que serão tratadas
abaixo.
B) LICANTROPIA
Licantropia
tem origem do vocábulo grego lykanthropía composto por Lykos (lobo) e tropos (forma), o que significa de
acordo com o livro Estudando a Mediunidade de Martins Peralva “é o fenômeno pelo qual espíritos,
pervertidos no crime, atuam sobre antigos comparsas, encarnados ou
desencarnados, fazendo-os assumir atitudes idênticas às de certos animais.”
No caso da licantropia o animal seria um lobo e a pessoa que sofre esse
processo é chamada de Licantropo, que é uma palavra que tem origem do vocábulo
grego lykaánthropos que significa: “ 1.
Alienado que sofre de licantropia.. 2. Por extensão, Lobisomen.”
É um
caso de fascinação em que uma ilusão é produzida pela ação do Espírito sobre o
pensamento do médium fazendo o acreditar em coisas absurdas e colocando-o em
situações constrangedoras. De acordo com o artigo da Revista Cristã de
Espiritismo, n° 35, onde o autor aborda a questão da Zoantropia, ele afirma que
se trata de um caso de Subjugação, que de acordo com o Livro dos Médiuns (Capítulo XXIII) se
trata de “uma constrição que paralisa a
vontade daquele que a sofre e o faz agir a seu mau grado” o que não deixa
de ser parecido com a fascinação.
A
licantropia pode ser agressiva ou deformante. No primeiro caso, a licantropia
se expressa através da violência, da alucinação e pode chegar ao crime. Já o
segundo é um caso extremo onde a pessoa imita os costumes, atitudes e posições
de vários animais.
C) CINANTROPIA
A
cinantropia é uma espécie da zoantropia onde o fenômeno em questão é igual a da
Licantropia, mas o animal em que a pessoa se transforma é semelhante a um
cachorro. Não constam muitos dados na literatura sobre o assunto.
2. INFLUÊNCIAS MENTAIS
De
acordo com o artigo Corpo Astral da Revista Cristã de Espiritismo uma das
características da “matéria espiritual” é o fato dela ser muito dócil à ação
plasmatizante do pensamento. Ela sofre a ação do pensamento e se modela de
acordo com as sugestões do mesmo. Essas sugestões são conhecidas como sugestões
hipnóticas que são capazes de provocar as transformações perispirituais. Elas
podem ser observadas sob dois aspectos: primeiro, através da auto-sugestão
gerada por um sentimento de culpa, desenvolvidos através dos erros do passado;
segundo, pela ação da mente de outro Espírito inferior, com o qual já há uma
sintonia que explora os deslizes que o torna praticamente vulnerável.
O autor Hermínio C.
Miranda nos esclarece que “o
hipnotizador, ou o magnetizador, não pode moldar, à sua vontade, o perispítio
da sua vítima, mas ele sabe como movimentar forças naturais e os dispositivos
mentais, de forma que o Espírito, manipulado com perícia, acaba por aceitar as
sugestões e promover, no seu corpo perispiritual, as deformações e
condicionamentos induzidos pelo operador das trevas que funciona como agente da
vigança, por conta própria ou alheia. Nessas condições, a vítima acaba por
assumir formas grotescas, perde o uso da palavra, assume as atitudes e as
reações típicas dos animais e é segregado, por tempo imprevisível, de todo o
convívio com criaturas humanas normais e equilibradas”.
Então
podemos concluir que afinidade e sintonia são elementos básicos para o estabelecimento
do “pensamento de aceitação ou adesão”,
conforme diz André Luiz no livro Mecanismos da Mediunidade. Através dos nossos
comprometimentos com o passado, desenvolvidos por débitos cometidos junto com
outros espíritos inferiorizados, com as quais ainda sintonizamos, poderemos ter
a nossa vontade submetidas aos impérios hipnotizantes desses espiritos.
3. CASOS DE ZOANTROPIA NA LITERATURA
a) Libertação – André Luiz
No
livro Libertação, pelo Espírito André Luiz, no capítulo 5 “Operações seletivas”
narra a visita de André Luiz e Gúbio a um edifício onde ocorria julgamentos no
qual a função dos juízes era a “de
selecionar delinquentes, a fim de que as penas lavradas pela vontade de cada um
sejam devidamente aplicadas em lugar e tempo justos”. Um deles foi de uma
mulher que, diante dos juízes, confessou que matou quatro filhinhos inocentes e
tenros e combinou o assassinato do próprio marido, entregando-se depois às
“bebidas de prazer”, mas nunca pôde fugir da própria consciência. O juiz então
fixou sobre ela as irradiações que lhe emanavam do temível olhar, e disse que a
sentença foi lavrada por ela mesma e que ela não passava de uma loba. A medida
que a afirmação era repetida, a mulher, profundamente influenciável, passou a
se modificar, chegando ao resultado final da licantropia. André Luiz constatou,
naquela exibição de poder, o efeito do hipnotismo sobre o corpo perispirítico.
Segundo explicações espirituais, ela não passaria por essa humilhação se não a
merecesse. No entanto, a renovação mental depende única e exclusivamente dela.
Deus mantém a senda redentora sempre aberta a seus filhos.
b) Nos Domínios da Mediunidade
No
capítulo 23, Fascinação, do livro Nos Domínios da Mediunidade, pelo espírito de
André Luiz, há um caso de fascinação onde uma senhora é dominada por um
obsessor com o qual teve uma ligação antiga em uma outra vida onde ela o
induziu ao mal e por ela não corresponder ao seu devotamento, ele passou a persegui-lá.
No fato presenciado por André Luiz, o obssesor hipnotiza a mulher, que
influenciada, cai e coleia pelo chão, como se fosse uma irracional, quase
uivando como uma loba ferida. Diante da situação, foram transmitidos passes e
palavras de conforto para o restabelecimento da vítima.
c) Diálogo com as sombras – Hermínio C. Miranda
No
livro Diálogo com as sombras de Hermínio C. Miranda, há o caso de um médium que
se apresentou incorporado de um Espírito que não conseguia dizer nenhuma
palavra e como estava totalmente animalizado, somente sabia rosnar e queria
morder o Orientador. Mantinha as mãos fechadas como se fossem patas. O grupo
conversou com ele tentando convencê-lo de que ele era um ser humano e não um
animal. Após muitas preces comovidas e passes, ele começou a ficar mais calmo e
pareceu ter readquirido sua forma humana, pois passou a “conferir” seus braços,
pés, mãos, etc.
d) Bíblia
Há
um caso de zoantropia na bíblia em Daniel, capítulo 4, versículo 25 a 34, onde
narra a história do rei da Babiblônia, Nabucodonosor, que após sua exaltação
onde disse que construiu a Babilônia para fazer dela sua mansão real e para
servir à gloria de sua majestade, escutou uma voz que lhe disse: “Isto é a ti, ó rei Nabucodonosor, se intima: O teu reino passará
de ti a outro possuidor, e lançar-te-ão da companhia dos homens e a tua
habitação será com as alimárias e feras: comerás feno como o boi, e sete tempos
passarão por cima de ti, até que reconheças que o Excelso tem um poder absoluto
sobre os remos dos homens, e que os dá a quem lhe apraz.” Assim, viveu como
um animal durante sete anos, findo o período, ele retomou a forma humana, seu
reino e o juízo, e reconheceu que o Altíssimo domina sobre a realeza
glorificando a Deus e a Sua Justiça e reconheceu que diante Dele nenhum
habitante da terra tem importância.
4. TRATAMENTO ESPIRITUAL
Os
casos de licantropia são os mais dificies de serem resolvidos. De acordo com
Áulus no livro Domínios da mediunidade: “Não
basta arrancar o joio. É preciso saber até que ponto a raiz dele se entranha no
solo com a raiz do trigo, para que não venhamos a esmagar um e outro.”
O
autor Hermínio C. Miranda afirma que: “O
trabalho de resgate desses pobres irmãos, que chegam até a perder a consciência
da sua própria indentidade, é tão difícil quão doloroso, e jamais poderá ser
feito sem a mais ampla cobertura espiritual... eles se voltam contra o grupo
mediúnico, que precisa estar preparado, resguardado na prece e em imaculada
pureza de intenções”.
Para
revertemos esses casos de deformações do períspirito não são necessários nenhum
produto farmacêutico convencional e sim, somente, o humilde arsenal terapêutico
da medicina dos espíritos que é a prece, o passe, a cooperação dos irmãos
espirituais, a água fluidificada, o amor e principalmente a fé. O perdão também
é necessário nos casos em que a vítima se sente culpada pelos seus débitos
passados e continuam se sintonizando com aqueles que participaram de seus atos
errôneos.
No
caso descrito por Hermínio C. Mirando, no livro Diálogo com as Sombras, ele
cita que durante as emissões de passes na vítima e as preces comovidas, eles
também conversavam com ele, insistindo que o mesmo era um ser humano e não um
animal. Foram ditas palavras amorosas, um tipo de sugestão hipnótica positiva,
permitindo assim que ele restituísse sua forma perispiritual de ser humano.
Com
isso concluímos que a melhor forma de favorecer a cura de pessoas que estão
sofrendo a atuação desses espíritos inferiores é o estudo diário e incessante
do Evangelho e da Doutrina, o trabalho incessante na seara do bem e sempre ter
presente no coração, o amor.
Graças
à reencarnação todos os que hoje estão perdidos nos mundos inferiores poderão
se redimir e resgatar as suas dividas. Podendo assim, alcançar as bênçãos
divinas.
Por Mariana Ferreira
Borges Estrela
Foi muito esclarecedora sua informação, muito obrigada!
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