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A missão em doar |
90.Devo
dar conselhos durante a aplicação do passe?
Não. A tarefa é de aplicação
de passes, e não de sugestões e conselhos. Não que os conselhos e as sugestões
embasadas na vivência do Evangelho sejam incorretos, mas no momento da tarefa
do passe, tal prática não deve ser permitida, por melhor que seja a intenção.
Em algumas casas espíritas observamos a tendência à conversação durante a
aplicação do passe, estando o passista muitas vezes mediunizado. Embora tal prática
seja adotada nas respeitáveis religiões africanistas, ela não encontra suporte
na Doutrina dos Espíritos. O passe misto, praticado nas casas espíritas, exige
concentração tanto do paciente como do passista, e intercâmbio de ideias apenas
a nível mental, e não verbal.
91.Devo
receitar durante a tarefa do passe?
Não. A tarefa do passe não é
receituário mediúnico, mas apenas ministração, por via fluídica, de elementos
terapêuticos extremamente sutis ao paciente, que atuam diretamente no
perispírito, atuando à semelhança dos compostos homeopáticos, fazendo
repercutir seus benefícios inclusive no corpo físico. Tal prática difere
completamente do receituário mediúnico, que aliás que deve ser utilizado
somente com o amplo entendimento das responsabilidades, tanto físicas quanto
espirituais, que seu exercício acarreta.
92.Posso
prometer cura a alguém?
Não. Aprendemos com Jesus que
a cura somente pertence ao próprio doente que, mercê de Deus, aproveita as
oportunidades de progresso espiritual. A promessa de cura, sobretudo endereçada
a pessoa realmente doente, excita demasiadamente o psiquismo desta, podendo
levá-la a estados muito piores se a melhora não se verifica conforme o
prometido. Assim, por mais segura seja a fé do passista em relação à eficácia do
tratamento fluidoterápico, devemos relembrar o mestre lionês, quando diz que “fé inabalável é aquela que pode encarar a
razão, face a face”.
93.Posso
dar passe mediunizado?
Não. Se todos os companheiros
das casas espíritas trabalhassem apenas mediunizados, muito provavelmente os
Espíritos não precisariam de nosso concurso inteligente. O estado de
consciência plena do passista durante o passe indica que este também participa
ativamente do processo de doação, através de seu raciocínio e seu sentimento, doando
não somente os fluidos animais necessários ao transporte e à absorção dos
elementos por parte do paciente, mas também sua ideação nobre que irá
impressionar positivamente os fluidos a serem transmitidos.
94.Posso
dar o passe com qualquer roupa?
Não há regra. Entretanto,
recomenda-se que o passista vista- se de forma confortável, para que não venha
a sentir incômodo durante a tarefa, podendo atingir seu término com tranquilidade.
Deve-se evitar o uso de roupas espalhafatosas, o que poderá ocasionar
pensamentos de estranheza em uns, assim como de crítica em outros, desviando os
pensamentos do campo nobre de ilações que a tarefa exige. Essencial também não
abusar de decotes, roupas muito justas, curtas e coisas afins que,
naturalmente, possam gerar pensamentos libidinosos nas outras pessoas. De
maneira geral, todos nós ainda temos vinculações no campo da sexualidade mal
direcionada. E por fim, como grande parte dos companheiros movimenta os braços
durante a aplicação do passe, conforme a técnica preferida, sugerimos que os
passistas não façam uso de colares, pulseiras ou qualquer outro objeto que faça
barulho durante a tarefa, para evitar- se desviar a atenção dos outros coparticipantes.
95.Posso
tocar no paciente?
Não. O toque denota,
essencialmente, intimidade. Por mais bela e pura que seja a relação entre
passista e paciente, deve-se evitar o toque dentro do ambiente da casa
espírita, como forma de respeito aos outros companheiros, em relação à unidade
de trabalho que deve haver dentro da casa espírita. Quando participamos de
qualquer tarefa dessa natureza, não podemos agir da maneira que queremos, mas
submeter-nos às orientações da casa. Nunca é pouco ressaltar que a ordem e a
disciplina presidem o progresso. No que diz respeito ao toque em pessoa que não
se conhece, a situação se complica ainda mais. É possível que o paciente se
assuste, e com maior intensidade se este for do sexo feminino. Em qualquer
trabalho, principalmente com o público, o cuidado deve ser redobrado. Imagine a
seguinte situação: determinado companheiro vai ao centro espírita pela primeira
vez; encontra-se amedrontado; indicam-lhe a câmara de passes; ele observa a
escuridão, o silêncio, e estes lhe causam estranheza maior; na sua vez,
senta-se de olhos arregalados, enxergando com deficiência; subitamente o
passista à sua frente põe a mão em seus ombros; talvez este companheiro não
volte àquela ou qualquer outra casa espírita, ou talvez saia correndo. Embora o
caráter cômico da narrativa, observamos que tal fato já ocorreu mais de uma
vez. Não é demérito algum para o Espiritismo reconhecermos que, em virtude da
ignorância, muitas pessoas ainda se amedrontam quando passam em frente a uma
casa espírita.
96.Os
olhos devem ficar abertos ou fechados?
Em geral, abertos.
Particularmente os passistas que se servem de movimentos para a aplicação do
passe não poderão agir de olhos fechados, sob pena de virem a colidir com outro
passista também em movimento, ou até mesmo com o próprio paciente. Além, é claro,
dos inconvenientes trazidos pelo toque indesejado.
97.Senti
tonturas durante a aplicação do passe. O que aconteceu?
Os fluidos são a base da
manifestação mediúnica. Determinados companheiros que tenham ostensividade
mediúnica podem tender para o estado sonambúlico em ambientes com grande
reserva fluídica. A tontura, muitas vezes, indica o limiar entre os estados de
vigília e sonambúlico. Sendo fenômeno natural, pode ser coibido pelo passista
com a devida educação da mediunidade. Quando ocorrer, deve-se, sem alarde,
informar ao coordenador da tarefa, para que, se possível, substitua- se o
passista em questão, até o restabelecimento adequado, que geralmente ocorre em
poucos minutos. Costuma-se recomendar que o passista tome um pouco de ar,
procure relaxar e orar rogando aos benfeitores espirituais que o auxiliem. Tal
fato não é, definitivamente, motivo para que qualquer companheiro se afaste da
tarefa do passe.
98.O
que o passista deve pensar na hora do passe?
O passista deverá orar
continuamente durante a tarefa. O pensamento bem direcionado é essencial para o
desempenho da tarefa. Assim, quanto mais se estuda os mecanismos do passe,
maior capacidade de orientação de sua força mental terá o passista. Embora não
haja regra sobre “o que pensar”, observamos que muitos companheiros mais
afinizados com o estudo imaginam correntes magnéticas luminosas entrando e
saindo pelos centros vitais do paciente, outros projetam na tela mental a
figura de Jesus, e ainda outros imaginam descargas enormes de fluidos saindo
das pontas de seus dedos, dos olhos, ou de todo o corpo. Seja qual for a
ideação, está sempre deverá ser nobre, além de ser alimentada pela crença
profunda do passista na eficácia da aplicação, embora, como já dissemos, o
passista não tenha autoridade suficiente para garantir cura a qualquer pessoa.
99.Devo
dar passe descalço?
Não há regra. Porém, dentro da
casa espírita, preferível é apresentar-se convencionalmente, ou seja, com
vestuário adequado e sapatos confortáveis, que não causarão incômodos durante a
tarefa. Dar passes descalços traz sérios inconvenientes, que variam da
estranheza de se ver uma pessoa descalça dentro da câmara de passes, até o
desconforto nasal que os companheiros possam vir a sentir. Além disso, o
passista não é mais eficaz por estar descalço.
100.Tenho
problemas com o paciente que acabou de se sentar à minha frente. Devo dar o
passe?
Sim. Devemos entender tal fato
como oportunidade que Deus oferece ao passista de renovar suas concepções com
base no perdão e na amizade. Nesse particular, devemos entender que um
“inimigo” é sempre um amigo perdido, de forma que tal amizade é sempre passível
de ser recuperada.
Por Eugênio Lysei Junior
FONTE:
https://espirito.org.br
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