Um problema aos humanos; E uma solução para os Espíritos! |
O problema da superpopulação começou a causar preocupação no século passado e se tornou um problemão neste século. Estamos vivendo um dos momentos mais críticos da história da sociedade terrena, enfrentando uma época em que a humanidade precisa escolher o seu porvir.
Até porque, somos um aglomerado de seres humanos com um destino comum. Por isso, urge potencializarmos a soma de esforços para gerarmos uma sociedade comprometida com a sustentabilidade global, baseada no respeito pela natureza, nos direitos humanos universais, na justiça econômica e numa cultura de desapego e de legítima fraternidade.
Estamos experimentando uma explosão demográfica sem precedentes na zona urbana. Há pouco mais de dois séculos, apenas, 3% da população mundial vivia em cidades. De acordo com estimativas das Nações Unidas, pela primeira vez na história, o número de pessoas que vivem em áreas urbanas ultrapassará o de moradores do campo. Estudos apontam que, nas próximas décadas, praticamente todo o crescimento populacional do planeta ocorrerá nas cidades, nas quais viverão sete, em cada dez pessoas, em 2030. Estima-se a idade do homem moderno em 130.000 anos. A agricultura e a vida sedentária, que permitiram viver em aldeias ou vilas, existem há, apenas, 11.000 anos. Cidades, da forma que as conhecemos hoje, só apareceram 5.500 anos depois, na Mesopotâmia e no vale do Rio Nilo, no Egito. Segundo estudiosos, o lugar que melhor resume a urbanização, em escala global, é a megalópole. Um, em cada 25 habitantes do planeta, vive em uma das megalópoles existentes. Nos países mais industrializados, a supremacia numérica dos moradores das cidades é um fato consolidado desde os anos 50.
Atualmente, 48% da população mundial moram nas grandes cidades. Em 2030, a população urbana vai superar os 5 bilhões. Sete pessoas, em cada dez, estarão morando numa dessas megalópoles, provocando mudanças – não para melhor – do sistema de vida da população. Estudiosos afirmam que as megalópoles serão enormes regiões interligadas, superpovoadas, que englobarão cidades vizinhas e, nas quais, mais da metade da população concentrar-se-á em bolsões de miséria, favelas ou “barracópoles”.
Portanto, segundo as projeções demográficas, daqui a duas décadas, as megalópoles estruturar-se-ão com centros luxuosos e ultra modernos, habitados por uma classe poderosa e rica, mas rodeados, ou melhor, sitiados por enormes extensões de favelas, de marginados, como já se pode perceber, embora em quantidades ainda reduzidas, nas atuais metrópoles do Rio de Janeiro e São Paulo.
Famílias inteiras coabitarão em casebres ou em áreas de poucos metros quadrados, convivendo numa promiscuidade, que poderá trazer, de volta, as epidemias de doenças já combatidas ou debeladas, como a cólera, a hepatite e outras tantas doenças infectocontagiosas. Além disso, haverá muito desemprego e vida precária, tornando a convivência ainda mais complicada do que ocorre nas atuais favelas. Tóquio, com perspectiva de 37 milhões de moradores, será a maior megalópole do planeta.
Os governos atuais, já na realidade atual das metrópoles, não conseguem criar os serviços necessários para uma vida humana decente. O crescimento desordenado da população, o desemprego estrutural, a pobreza, a miséria, a exclusão social, a falta de atendimento às necessidades básicas, o não reconhecimento dos direitos do cidadão, o desrespeito aos direitos humanos, a facilidade de acesso às drogas e às armas, a falta de Deus nos corações, a influência nociva da televisão, e o uso abusivo de bebidas alcoólicas, favorecerão todo tipo de violência que se possa imaginar.
Atualmente, já temos notícia de várias formas de violência que vem ocorrendo, principalmente no recesso da família, como: assassinatos, maus tratos à mulher, maus tratos às crianças, violência sexual, violência psicológica, ameaças, palavras de baixo calão, etc.. A prevenção e o controle da violência, entre consangüíneos, é um problema de saúde espiritual e a epidemia que mais cresce no mundo é a violência provocada pelo homem contemporâneo.
Em se tratando de violência global, há uma síndrome perversa, em que os benefícios do desenvolvimento não estão sendo divididos equitativamente e o fosso entre afortunados e deserdados (ricos x pobres) está aumentando. Essa tendência é extremamente perigosa, mas podemos evitá-la. Caso contrário, as bases da segurança global estarão seriamente ameaçadas, muito mais do que já estão. Temos o conhecimento e a tecnologia a nosso favor, necessários para sustentar toda a população, equilibradamente, e reduzir os impactos de agressão ao meio ambiente, até porque, os desafios ambientais, econômicos, políticos, sociais e espirituais estão interligados, e, juntos, podemos criar, de início, soluções emergenciais, para que evitemos o caos absoluto em pouco tempo.
A rigor, essas questões sobre crescimento demográfico, uso e utilização dos bens terrenos, desigualdades sociais, direito de propriedade, justiça, amor e caridade, como tantas outras mais, de cunho eminentemente social, são temas doutrinários. O Espiritismo, eminentemente moralizador, comparece, objetivando educar o homem como Espírito imortal, regido pelo livre-arbítrio e pela lei de causa e efeito, com responsabilidades e culpas intransferíveis, adquiridas nas sucessivas reencarnações.
A Doutrina Espírita embora compreenda e explique muitos fenômenos sociais e econômicos, através da tese reencarnacionista, é revolucionária, porque propõe mudanças estruturais do ser humano; não contemporiza com a concentração de riqueza e com a ausência de fraternidade, que significam a manutenção de privilégios e de excessos no uso dos bens, das riquezas e do poder de uns poucos em detrimento do infortúnio da maioria. O mais amplo sentido de Justiça Social, segundo a visão do Espiritismo, é a que está gravada no escrínio da consciência humana, que estimula o homem a cumprir seus deveres honestamente e a proteger seus direitos, respeitando os direitos alheios.
Urge que se crie uma mentalidade crítica, que permita estabelecer novos comportamentos com foco na solidariedade. A sociedade deve formatar novos modelos de convivência lastreados na fraternidade e no amor. A falta de percepção da interdependência e complementaridade, entre os indivíduos, gera uma visão individualista, materialista, separatista.
Sabemos das quantias exorbitantes, em dinheiro, que são gastas na produção de armas, pelos países desenvolvidos, para fomentar guerras. Temos consciência de que o montante monetário destinado à guerra seria suficiente para minorar ou erradicar a pobreza humana em poucos anos. Como modificar este panorama de desigualdade e insegurança? Como diminuir continuamente a manifestação da violência nas suas mais diversas nuanças? Cremos que o desenvolvimento de uma cultura de amor e fraternidade com base no Evangelho é ponto relevante para todas as denominações políticas, filosóficas e religiosas comprometidas com a conquista definitiva da paz entre os homens no planeta.
Por Jorge Hessen
FONTE: http://aluznamente.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário