18 de abril de 1857, continua...1

RIVAIL galgou a escadinha dos fundos e, na sobreloja, foi acolhido pela viúva MÉLANIE DENTU, afavelmente.

– Congratulações, Professor. Queira sentar-se.

Edouard Henri Justin Dentu (1830 - 1884)
– Obrigado, Madame. Já soube da ausência do Sr. DENTU. Subi para cumprimentá-la e agradecer-lhe seus obséquios.

– Cumprimos a obrigação. Gostou do trabalho gráfico? Confesso-lhe: A mim não me agradou nada. Mas apressamos tanto e a tipografia é de segunda ordem.

– Na realidade, o trabalho gráfico, não está impecável. Não se trata, porém, duma edição de luxo para apreciadores ricos e sim dum livro para vulgarização duma nova doutrina. A propósito, Madame: - Não acha 3 francos um preço demasiado alto para um brochura de 180 páginas e mal impressa, como a senhora foi a primeira a reconhecer?

– Não, na atualidade. Esse preço foi objeto de ponderações entre meu filho, CLÉMENT e eu. A impressão tipográfica, em duas colunas, encarece um pouco a obra, e a tiragem foi pequena. Quer ver seu borderô?

– Não se dê essa trabalheira, Madame. Não viso a nenhuma vantagem pecuniária com essa obra, nem com a outra em elaboração.

– Vamos ter breve outra no mesmo gênero, Professor?

– Sim, Madame. Pretendo lançar breve um Suplemento, com instruções novas e completivas dos Espíritos e meus comentários em maior extensão. Já está quase ultimado.

– Pois queira trazê-lo a nós, se isso lhe agradar.

– Prometo-lhe, Madame. Era, aliás, minha intenção.

E levantando-se:

– Peço-lhe permissão para ir andando. Verei, amanhã, o Sr. DENTU.

– Depois de amanhã, Professor.

– Realmente, amanhã é domingo.

E, beijando-lhe a mão:

– Madame, quero exprimir-lhe mais uma vez meus agradecimentos pela boa atenção dispensada a meu manuscrito desde o primeiro instante. A senhora foi muito gentil, compreensiva e prestou, com sua boa vontade, relevante serviço à Causa dos Espíritos.


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