RIVAIL galgou a escadinha dos fundos e, na sobreloja, foi acolhido pela viúva MÉLANIE DENTU, afavelmente.
– Congratulações, Professor. Queira sentar-se.
Edouard Henri Justin Dentu (1830 - 1884) |
– Cumprimos a obrigação. Gostou do trabalho gráfico? Confesso-lhe: A mim não me agradou nada. Mas apressamos tanto e a tipografia é de segunda ordem.
– Na realidade, o trabalho gráfico, não está impecável. Não se trata, porém, duma edição de luxo para apreciadores ricos e sim dum livro para vulgarização duma nova doutrina. A propósito, Madame: - Não acha 3 francos um preço demasiado alto para um brochura de 180 páginas e mal impressa, como a senhora foi a primeira a reconhecer?
– Não, na atualidade. Esse preço foi objeto de ponderações entre meu filho, CLÉMENT e eu. A impressão tipográfica, em duas colunas, encarece um pouco a obra, e a tiragem foi pequena. Quer ver seu borderô?
– Não se dê essa trabalheira, Madame. Não viso a nenhuma vantagem pecuniária com essa obra, nem com a outra em elaboração.
– Vamos ter breve outra no mesmo gênero, Professor?
– Sim, Madame. Pretendo lançar breve um Suplemento, com instruções novas e completivas dos Espíritos e meus comentários em maior extensão. Já está quase ultimado.
– Pois queira trazê-lo a nós, se isso lhe agradar.
– Prometo-lhe, Madame. Era, aliás, minha intenção.
E levantando-se:
– Peço-lhe permissão para ir andando. Verei, amanhã, o Sr. DENTU.
– Depois de amanhã, Professor.
– Realmente, amanhã é domingo.
E, beijando-lhe a mão:
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