A imortalidade se torna difícil para algumas Almas! |
Não vou invocar o pensamento dos filósofos e
nem os trechos bíblicos, porque pretendo revelar – com a humildade que deve
caracterizar o homem simples e sem jactância – o diálogo íntimo que teve a
minha alma com o meu coração. A primeira, sendo imortal, pediu licença a Deus,
pois, voltaria à matéria e não gostaria de vê-la inanimada. Assim, bateu palmas
à porta do meu peito e perguntou às duas aurículas e aos dois ventrículos que
encontrou, se o meu coração – órgão muscular – achava-se presente. E este, respondeu
lá do fundo, que se achava muito ocupado em bombear sangue para que a vida não
se extinguisse, e já o atenderia. Daí, o espírito sentou-se, entre a
consciência e a emoção e indagou em voz alta, numa espécie de censura, por que
você fica aí, fazendo o trabalho cientifico de misturar plasma com glóbulos,
para que haja fluxo e refluxo no caminho das artérias a fim de que haja a
defesa e a produção dos gazes respiratórios?
O coração suspendeu, em parte, o seu batimento
ritmado e respondeu: cada um de nós possui uma finalidade: você, por exemplo, é
capaz de me apontar quais são as quatro coisas mais importantes da existência?
E a alma encostou-se na reflexão e disse: SIM.
A primeira é visitar-se o cárcere onde se encontrem pessoas presas, porque só e
então, se poderá dar valor à liberdade; a segunda é entrar-se num hospital,
verificar-se a UTI ou salas de cirurgias, para melhor valorizar a saúde, e a
terceira é transpor-se os umbrais de um cemitério para entender-se o quanto é
bom, viver-se com compreensão e amor, e passar-se depois para a eternidade
pelos exemplos que possa deixar.
E a quarta – esta é a mais difícil, mas não
impossível – é o perdão, pois, se Cristo na cruz, levantou os olhos para o alto
e pediu ao Pai que indultasse os seus algozes, que justificativa teremos nós
para negar remissão? Perdoar é virtude, é divino!
E todos passaram a pensar. E eu direi que a
existência continue para todos crescerem no ano que se inicia… Aliás, a vida da
gente é como o recreio das crianças no jardim de infância, todas correm e
brincam, às vezes caem e se machucam, até que a professora bate a sineta para
que se formem e voltem para a sala, e depois vão para casa… A reticência
anuncia a pausa do escrito, mas, nunca seu fim!
Por
Osmann de Oliveira
FONTE:
Nenhum comentário:
Postar um comentário