A prática da caridade

Caridade é a base da evolução humana
Ao estudarmos a obra “O Evangelho Segundo o Espiritismo” – uma das bases da codificação de Allan Kardec que deu origem ao Espiritismo – percebemos a grande ênfase que se dá em várias de suas passagens à prática da caridade.




Tal virtude é vista como a base de todas as outras e o grande exemplo que devemos sempre buscar seguir é o do mestre Jesus que mais do que ninguém soube viver em cada instante de sua vida o verdadeiro significado da caridade.

Devemos ter sempre em mente que a caridade não consiste somente em darmos parte daquilo que nos sobeja aos menos favorecidos posto que sua essência sobrepuja a lógica da matéria e deve ser analisada sob um viés espiritual. Também estaremos praticando a caridade ao doarmos, por exemplo, parte de nosso tempo – algo tão precioso nos dias atuais – para nos engajarmos em algum projeto social ou para ajudarmos ao próximo em qualquer situação.

Muitas vezes um simples sorriso ou algumas palavras de carinho podem ter um valor muito maior e um poder transformador muito mais efetivo do que algumas moedas dadas a contragosto e por vezes de forma aviltante. Também não podemos perder de vista que a verdadeira caridade é absolutamente desinteressada sendo, pois, absolutamente incompatível com a busca de reconhecimento público pretendida por alguns. Quem a pratica de forma efetiva não deve esperar nada em troca além da certeza de que está fazendo exatamente aquilo que deve ser feito e que está podendo ser um útil instrumento à causa de Deus.

Outro fator que é importante lembrar é que a caridade deve ser uma prática constante e uma construção diária, de nada bastando lembrarmo-nos de auxiliar ao próximo somente em momentos festivos como o da celebração das festas de final de ano que ora se avizinham.

No Evangelho, a caridade – juntamente com a humildade – é trabalhada como sendo o extremo contraposto do egoísmo e do orgulho, e pode ser compreendida como o único meio de alcançarmos aquilo a que nos propusemos em nossa trajetória de aprendizado e evolução. Nesse sentido, entendemos ser de extrema pertinência para a compreensão da importância que se deve dar ao tema, a análise de um famoso apotegma trabalhado já desde os primeiros idos do Cristianismo, cujo significado vem sendo adaptado ao longo do tempo à medida que nosso entendimento da vida e das razões de ser da existência vai se aprimorando.

Enquanto a Igreja fez prevalecer por muitos séculos a máxima exclusivista e potencialmente belicosa de que ‘fora da Igreja não há salvação’, o Espiritismo veio re-contextualizar esse anacrônico conceito ao propor a máxima de que ‘fora da caridade não há salvação’, o que se afigura muito mais consentâneo com as lições de Jesus além de privilegiar a igualdade de todos perante Deus e a liberdade de consciência.

Ao fazermos uma detida análise sobre essa relevante colocação trazida com o advento do Espiritismo, notamos que já somos capazes de ir ainda mais além nesse entendimento e propor que ‘FORA DA CARIDADE NÃO HÁ EVOLUÇÃO’.

Ora, considerando que nós espíritas não somos salvacionistas, mas sim evolucionistas, nos parece muito mais adequado que esse aforismo passe a ser analisado, compreendido e difundido dessa maneira.

Com isso, poderemos ter sempre em nossas mentes a certeza da importância de bem compreendermos tal tema e, acima de tudo, o colocarmos em prática a todo instante de nossas vidas.

Por Rodrigo Fontana França

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