gostaria que fizessem com você!”
Essa é uma das grandes máximas
da Doutrina Espírita segundo ALLAN KARDEC, criador do Kardecismo, e de uma
trilogia literária intitulada LIVRO DOS ESPÍRITOS, LIVROS DOS MÉDIUNS e
EVANGELHO SEGUDO ALLAN KARDEC, entre tantos outros. Seu nome de batismo era HIPPOLYTE
LÉON DENIZARD RIVAIL, foi professor de matemática, física, química, astronomia,
anatomia e francês.
Esse grande homem condensou a
Doutrina Espírita, dando um novo rumo aos seguidores do Espiritismo, que vale
falar, nunca foi religião e sim uma filosofia de vida! A base fundamental do
Espiritismo é o amor, na sua forma mais pura, a doação e a caridade para com o
próximo, seja ele quem for.
Quando perguntado quem seria o
próximo, ALLAN KARDEC respondeu: sua família, seu núcleo, pois se não houver caridade
dentro da célula familiar, como esperar que ela se estenda ao estranho! Dentro
dessa premissa toda a Doutrina Cardencista se fundamentou e se alastrou pelos
Continentes, carreando adeptos dessa filosofia de vida dentre todos os crentes
e até dentre os descrentes!
O
LIVRO DOS ESPÍRITOS, em uma breve síntese, seria uma introdução ao
mundo paralelo que segundo KARDEC é onde habitam todos os seres desencarnados,
obedecendo uma hierarquia de acordo com seus merecimentos. Nesse plano
encontram-se os Espíritos de Luz, que nos protegem enviando bons fluidos, e
recebendo os desencarnados que são acolhidos no Pronto Socorro Espiritual.
O
LIVRO DOS MÉDIUNS, também em apertada síntese, consiste na
explicação e ensinamento sobre o fenômeno mediúnico que ocorre quando uma
pessoa tem o dom de receber o espírito de um desencarnado, que se manifesta
através do médium da seguinte maneira: incorporação – o médium recebe o
espírito e assume sua forma verbalizando a mensagem; psicografia – o médium
psicografa a mensagem do espírito, mudando sua caligrafia, eis que a escrita
não é racionalizada pelo médium, que mecanicamente escreve o que lhe é intuído
pelo espírito; vidência – o médium tem visões sobre fatos que desconhece
através da interferência do espírito.
O
EVANGELHO SEGUNDO ALLAN KARDEC, é um trabalho realizado para
dar orientação aos seguidores da Doutrina Espírita, contendo suas diretrizes e
máximas, com mensagens que são sempre atuais. Não vou aqui ter a pretensão de
doutrinar ou aliciar, por isso deixo em aberto o convite para a leitura do
Evangelho segundo Kardec, àqueles que restarem interessados.
A grande preocupação de ALLAN
KARDEC era a veracidade dos fenômenos paranormais, que, segundo ele, o contato
com as almas desencarnadas só poderia ser considerado fidedigno quando as
hipóteses de fraude, alucinação e influência de outras pessoas tiverem sido
descartadas. Hoje, entre os europeus, o Espiritismo é visto como
pseudorreligião. Em nosso país os dois maiores seguidores de ALLAN KARDEC foram
BEZERRA DE MENEZES e CHICO XAVIER.
Nessa viagem energética caímos
no Brasil, terra de contrastes e colonizadores, onde a trajetória do negro
escravizado selvagemente pelo português, trouxe sua religiosidade escondida dos
feitores, dentro das senzalas, vestindo de Santos os seus ORIXÁS!
ORIXÁS são
deuses africanos que correspondem a pontos de força da Natureza e os seus
arquétipos estão relacionados às manifestações dessas forças. As
características de cada ORIXÁ se aproximam às dos humanos, pois são emocionais
como nós, sentindo raiva, ciúme e amando em excesso. Têm, também, seu
simbolismo particular, composto de cores, comidas, rezas, cantigas, ambientes
espaços físicos e até horários. Pelo sincretismo ocorrido durante a escravidão,
cada ORIXÁ foi também associado à um Santo Católico, porque os negros cultuavam
seus deuses através dos santos.
Tanto na UMBANDA como no
CANDOMBLÉ se cultuam muitos ORIXÁS, mas os 16 mais cultuados no Brasil são os
relacionados a seguir:
EXU –
senhor dos caminhos, vencedor de demandas, veste-se de vermelho e preto e seu
elemento é o fogo. Seu dia é segunda-feira e sua saudação é “Laroiê”;
OGUM – é o
ORIXÁ guerreiro, deus do ferro e da guerra, veste-se de azul escuro, verde ou
vermelho. Traz sempre sua espada. Seu dia é terça-feira e sua saudação é
“Ogunhê”;
OXOSSI –
ORIXÁ caçador, protetor das matas, dos animais da floresta e dos caçadores.
Veste-se de verde, azul turquesa e vermelho. Traz sempre seu Ofá (arco e flecha). Seu dia é quinta-feira e sua
saudação é “Okê Arô Oxossi”;
OSSAIM –
ORIXÁ das ervas medicinais e das plantas em geral, presentes nas iniciações do
Candomblé, seu domínio é a mata virgem. Veste-se de verde e rosa e seu dia é
quinta-feira. sua saudação é Ëwé ô – Ewé assá!”;
OBALUAIÊ – (ou OMULU em sua forma velha). O deus as pestes e
das doenças de pele, conhecendo a cura de todos os males. Veste-se de preto e
branco e usa um capuz de palha-da-costa que encobre seu corpo. Dança com o
Xarará. Seu dia é segunda-feira e sua saudação é “Atotô”;
OXUMARÉ –
ORIXÁ da sorte, da fartura e fertilidade. Protetor das mulheres grávidas. Seu
domínio são os poços e fontes da mata. Veste-se de verde e amarelo ou com as
sete cores do arco-íris, é representado por uma serpente. Seu dia é
quinta-feira e sua saudação é “Àrobô bô yi!”;
EWÁ –
ORIXÁ das chuvas, rainha dos mistérios e da magia, com o poder de ler os Búzios
(o Oráculo de Ifá).
Comanda os astros e está ligada às transformações das águas. Veste-se de
vermelho e branco. Seu dia é sábado e sua saudação é “Ri-rò!”;
XANGÔ –
ORIXÁ da justiça, do trovão e da pedreira. Veste-se de vermelho e branco. Usa
uma coroa e traz o Oxé (machado duplo) e o
Xerê (instrumento musical). Seu
dia é quarta-feira e sua saudação é “Kawó-Kabyesilé!”;
OXUM – é a
rainha dos rios e das cachoeiras (todas
as águas doces), do ouro e do amor. Veste-se de amarelo,
dourado, azul claro e rosa. Traz nas mãos o Abebê (espelho-leque) e uma espada se for guerreira.
É a segunda esposa de XANGÔ. Seu dia é sábado e sua saudação “Ora Ieiê Ô!”;
IANSÃ – é a
deusa guerreira, senhora dos ventos, das tempestades e dona dos raios. É dona
dos eguns, por isso seus filhos são os mais indicados para entrega de ebós. É a
mulher principal de XANGÔ. Veste-se de vermelho, marrom escuro e branco. Seu
dia é quarta-feira e sua saudação é “Eparrei Oiá!”;
LOGUN-EDÉ –
filho de OXUM com OXÓSSI. Seus domínios são os leitos de rios e mares. Veste-se
com uma pele de leopardo, leva em uma mão o espelho de OXUM e na outra as armas
de OXÓSSI. Suas cores são o amarelo e azul. Seu dia é quinta-feira e sua
saudação é “Olu A Ô Ioriki!”;
OBÁ –
ORIXÁ do equilíbrio e da justiça, é uma das esposas de XANGÔ. Seu domínio são
as águas revoltas. Veste-se de laranja e amarelo, portando a espada e
protegendo a orelha com um escudo. Seu dia é quarta-feira e sua saudação é “Obá
xirê!”;
IEMANJÁ –
ORIXÁ da harmonia em família, Rainha dos mares e a mãe dos ORIXÁS. Veste-se de
azul e branco ou verde claro, portando seu Abebê (espelho-leque)
decorado
com uma sereia ou concha. Seu dia é sábado e sua saudação é “Odô iyá!”;
NANÃ – é o
ORIXÁ feminino mais velho do Panteão. É a mãe de OXUMARÉ e OBALUAIÊ. Em sua mão
traz ao cetro o Ibiri. Veste-se de lilás, branco e azul. É a protetora dos
doentes desenganados. Seu dia é terça-feira e sua saudação é “Salubá!”;
IBEJI –
ORIXÁS gêmeos protetores das crianças e da família. Vestem-se de azul, rosa e
verde. Seu dia é domingo e sua saudação é “Omi Beijada!”;
OXALÁ – é
considerado o Pai de todos os ORIXÁS. É o mais velho e o primeiro a ser criado.
Responsável pela criação do mundo e dos seres humanos. É o ORIXÁ dos inhames
novos e da agricultura, que traz as chuvas e que fecunda os campos. Está
associado à justiça e ao equilíbrio. É cultuado nas seguintes formas: OXALUFÃ (Oxalá Velho) e OXAGUIÃ (Oxalá Moço). Seu dia é sexta-feira e tem
duas saudações: “Eepaá babá!” para o Oxalá Velho e “Exê êêê!” para o Oxalá
Moço.
Com essas considerações nada
breves, mas necessárias ao entendimento desse sincretismo religioso, só posso
acrescentar que vivenciei e estudei todas as manifestações desde KARDEC até os
ORIXÁS, sentindo-me privilegiada de ter experienciado o amor e a doação em
todas elas.
Por ROENICKTANIA
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