O trabalhador espírita.

Trabalhadores Espíritas

As Casas Espíritas são mantidas por trabalhadores voluntários, porém, algumas observações podem ser importantes para entendermos a finalidade e importância desse trabalho.


Primeiro lembramos de que a Casa Espírita não é sua estrutura física, paredes, portas e janelas, pelo contrário, ela é o conjunto dos seus trabalhadores. Porém, numa primeira análise, podemos acreditar que a prioridade desse trabalho é a de promover a caridade aos outros e de manter o Centro Espírita e suas funções em funcionamento.

No entanto, existe uma finalidade maior no trabalho Espírita, que é a de melhorar o trabalhador. Lemos em II João capítulo 1:8 “Olhai por vós mesmos, para que não percais o fruto do nosso trabalho, antes recebeis plena recompensa”.

Analisando a expressão acima, vemos que para “não perder o fruto do trabalho” é necessário “olhar para vós mesmos”, assim, antes de tudo, o trabalho Espírita tem a finalidade de edificar moralmente e espiritualmente aquele que realiza o trabalho.

Em definições práticas, os médiuns devem melhorar-se pela prática da mediunidade, assim como o aplicador de fluidoterapia, os evangelizadores, dirigentes e todos os demais devem entender que a prioridade é que nos tornemos melhores com o trabalho que abraçamos. Lembremos que Simão Pedro trabalhou durante anos na Casa do Caminho, atendendo aos necessitados, porém hoje, a Casa do Caminho foi destruída, consumida pelo tempo e Simão Pedro edificado sobre sólidas bases morais construídas em si mesmo.

Muitas vezes vemos os trabalhadores orgulhando-se por terem muitos anos na Casa Espírita, porém equivocam-se, esquecendo que isso é seguramente insignificante, a questão é quanto o Espiritismo nos serviu para melhoramento próprio, quanto construímos em nós os valores que ele ensina.

Certamente que o estudo sério do Espiritismo, guardando rigorosamente o que ensina Allan Kardec por meio das Obras Básicas, deixa claro que a maior alegria que deve ter o trabalhador Espírita é o avanço em vencer em si as tendências distorcidas, naturais pelo transitório estado evolutivo atual.

Outra situação quase que generalizada, é a falta de trabalhadores nos Centros Espíritas, que quase sempre possuem mais atividades e compromissos do que pessoas para realizar. Falamos que confiamos nos Espíritos, mas estamos sempre achando que faltam pessoas para as atividades empenhadas.

Será que faltam trabalhadores ou os Centros Espíritas abraçam serviços que não fazem parte de suas atividades? Lembrando que a finalidade das Casas Espíritas é muito bem definida pelos Espíritos, que são o estudo e a divulgação da mensagem libertadora que eles trazem.

Muitas vezes, para que sejam realizadas atividades assistencialistas, faltam trabalhadores para a caridade maior, que é a disseminação dos preceitos que elevam os indivíduos e a sociedade. Claro que podemos atender as necessidades materiais dos menos favorecidos, porém, isso é para as Instituições que tem muito bem estruturados os compromissos com a propagação do Espiritismo.

Vemos, em alguns casos, Centros Espíritas que destinam seus recursos e trabalhadores para atividades de assistência material, que comprometem o bom andamento da Doutrina Espírita.

Outro ponto que compromete a quantidade de trabalhadores é a resistência dos trabalhadores antigos, ou mais experientes, diante da chegada dos novos integrantes. Muitos sentem que vão “perder o lugar” e os iniciantes ficam limitados e acabam se afastando pelo desestímulo.

Claro que algumas funções pedem tempo de estudo e capacitação, mas muitas atividades podem ser repassadas aos iniciantes, afinal, os que já são Espíritas, não devem precisar de um trabalho para virem ao Centro Espírita.

Trabalhador ou não, nossa ida ao Centro deve ter como estímulo o próprio crescimento. Chegamos até a nos questionar, será que faltam trabalhadores ou falta o amadurecimento dos que já temos?

Por Rosevelt Tiago

FONTE: http://www.institutochicoxavier.com

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