Alamar Régis Carvalho |
Eu já escrevi diversas vezes sobre essa coisa insensata de muita gente querer fazer Espiritismo sem Espíritos, e quero continuar a tocar na mesma tecla, posto que isto seja uma das maiores incoerências que pode existir.
O que nós entendemos por Espiritismo?
É uma doutrina que surgiu no mundo, por iniciativa de espíritos desencarnados, que fizeram um esforço enorme para mostrar aos homens que pode haver comunicação entre os dois planos, chegando ao ponto até de fazer mesas dançarem, pularem e até responderem perguntas.
Disseram de todas as formas:
– Gente, nós estamos aqui, vivinhos da silva, em condições totais de trocar ideias com vocês e até de lhes passar informações que vocês não conhecem ainda. Deixem-nos falarrrrrr!
– Somos as mesmas pessoas, só não temos mais o corpo físico!
O professor Rivail, que não tinha nada a ver com isto e que, muito pelo contrário, era cético e profundamente criterioso, aquiesceu ao convite do Sr. Fortier, para ver de perto tais manifestações de Espíritos, interessou-se pelo assunto, checou, testou, duvidou, comprovou, passou a ter certeza da possibilidade e criou intimidade com eles, a ponto de estabelecer diálogos livres, a vontade, destemidamente, sem necessidade de considerá-los como santos ou deuses e, finalmente, organizou uma doutrina nova para a humanidade.
Doutrina criada por Espíritos, organizada por diálogos entre encarnados e desencarnados, através de médiuns. Aos praticantes desta nova doutrina foi dado um nome específico: espíritas, e ao conjunto desses praticantes, foi dada a denominação de movimento espírita.
Agora perguntemos:
Por que razões os praticantes de uma doutrina, que foi trazida ao mundo por Espíritos, através da mediunidade, tem tanta dificuldade em continuar a manter comunicação com eles, os Espíritos?
Por que o intercâmbio com os Espíritos, já traduzido pelo Espiritismo como algo absolutamente normal, ainda é considerado pelo movimento espírita como fenômeno?
Por acaso, esta comunicação de mim para você, através de um recurso eletrônico chamado internet, é um fenômeno? Se eu telefonar para a sua casa, esteja você onde estiver no planeta Terra, estaria sendo estabelecido algum fenômeno?
O MSN, o SKYPE, o Email, o telefone DDD ou DDI já não são comunicações absolutamente normais, na vida do homem?
Por que a comunicação mediúnica não pode, também, ser considerada normal e muito espírita ainda fica com essa conversa besta de dizer que é fenômeno e alguns, para justificar esse injustificável cerceamento, ainda repetem a máxima boba que diz:
“A época dos fenômenos já passou”.
Ora, se o movimento espírita apresentasse alguma proposta de levar mediunidade para a praça pública, a fim de exibicionismo e tentativa de convencer o público a acreditar na comunicação mediúnica, num proselitismo insensato, isto sim, seria uma forma de levar “fenômenos” ao popular, de forma ridícula. Aí sim, eu poderia qualificar como fenômeno, porque, para o leigo, o fato de “morto” falar só pode ser fenômeno.
Mas quando pessoas, que fazem parte do movimento espírita, que dizem participar de estudos espíritas, que até fazem parte de direção de instituições espíritas chegam ao ponto de estabelecer dificuldades para a realização de mais intercâmbios mediúnicos na prática espírita, até mesmo limitar a quantidades mínimas esse tipo de comunicação, chega a ser uma tremenda contradição, um absurdo e uma evidente demonstração de insegurança doutrinária.
Ou será medo de defunto?
Aí vem outra praga de generalização: Se o Espírito tiver o nome de alguém que foi famoso, na Terra, aí que o seu mandato estará cassado mesmo, porque o movimento espírita resolveu determinar que Espírito de famoso, nenhum, pode se comunicar. Quem não se lembra das pesadas críticas dirigidas à FEB pelo fato de um médium ter recebido mensagem de Espírito que assinava como Juscelino Kubitscheck no último congresso?
É muito comum a divergência em muitas reuniões de membros de direção e entre trabalhadores das casas espíritas, quando se discute sobre determinados temas, o que termina em animosidades, desentendimentos, brigas, confusões, raivas, espíritos armados de uns em relação aos outros, o que vem a prejudicar muito a convivência entre irmãos que deveriam se amar uns aos outros.
Não seria muito mais inteligente se, em vez de deixarem levar em frente às divergências, levassem o assunto a apreciação dos Espíritos desencarnados, que foram doutores nos temas discutidos, enquanto encarnados?
Aí vem aquela bobagem de dizerem:
– Mas a nossa mediúnica não pode passar de 50 minutos, por questão de disciplina, e muitas vezes uma discussão desta pode requerer mais tempo.
É, mais uma vez, a incoerência fazendo parte do movimento espírita, sob a máscara de ser disciplina.
Que a casa espírita estabeleça a média de 50 minutos, por exemplo, para as suas reuniões mediúnicas normais, tudo bem, mas que, daí, imponha um radicalismo absurdo em não permitir que nunca, em hipótese alguma, em momento algum ou por motivo nenhum a reunião ultrapasse esse tempo, é o cúmulo da estupidez e da insensatez.
Isto deixa de ser disciplina,
para ser frescura ou palhaçada.
Infelizmente existe muita falta de bom senso em muita gente.
Texto adaptado de Alamar Régis Carvalho
FONTE: //redevisao.net
Não vamos entrar no mérito do bom senso, haja visto que esta palavra não faz parte de seu cotidiano.Mas meu caro, estais muito enganado em dizer que há dificuldade de comunicação entre espíritos encarnados e desencarnados.A sua comunicação provavelmente é dificultada pela falta de sintonia com bons espíritos iluminados. Sabe como é, né? A luz não divide espaço com as trevas...rsrsrs.
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