Suas ações, suas pendências |
O céu e o Inferno na visão católica – assim como em outras religiões de mesmo segmento ideológico – possuem muitas distinções entre si, mas há um grande problema em sua razão, é devido a isto, que entramos num paradoxo na linha de pensamento destas crenças. Por exemplo:
Se uma pessoa morre e adentra ao Céu, para viver eternamente a paz no senhor, afinal fez jus pra isso, teve o seu mérito em vida.
Agora quero entender como esta pessoa que se encontra feliz no Paraíso, consegue conviver com a sua própria consciência e sentimentos, sabendo que no Inferno, lugar de gente ruim, onde todos estarão em sofrimentos eternos, há um Espírito que tanto ela ama?
Para melhor compreendermos essa incoerência de céu e inferno, vejamos neste poema de Benedicto Godoy Paiva, do livro Quando o Evangelho diz não!
JUÍZO FINAL
Sentado o Padre Eterno, em trono refulgente,
Olhar severo envia a toda aquela gente!
Enquanto uns anjos cantam, outros vão levando,
Ante a figura austera desse venerando
As almas que da tumba emigram assustadas
Vendo o tribunal solene, majestoso,
Em que vão ser julgadas.
Dois grupos são formados:
Um de cada lado!
O da direita, céu; o da esquerda, Averno.
E Satanás a um canto, o chifre fumegante,
Espera impaciente, impávido, arrogante,
A “turma” para o Inferno.
Aconchegando o filho, a alma bem amada,
E que na Terra fora algo desassisada,
Uma mulher se chega e a sua prece faz,
Rogando ao Padre Eterno poupe do Inferno
O pobre do rapaz.
Cofia o Padre Eterno a longa barba branca,
E o óculo ajustando à ponta do nariz,
O olhar dirige então à pobre desgraçada,
E compassado diz:
“Os anjos vão levar-te agora ao Paraíso
E dar-te a recompensa: o teu descanso eterno!
Ali desfrutarás felicidades mil,
Porém teu filho mau irá para o Inferno!”
Um anjo toma o moço e o leva a Satanás;
Porém a pobre mãe ao ver partir o filho,
Aflita, corre atrás!
E ao incorporar-se às hostes infernais,
Eis grita o Padre Eterno em tom assustador;
“Mulher! Para onde vais!!!”
E o que passou-se então
Ninguém esquece mais!
“Eu vou para o Inferno, ao lado do meu filho,
A repartir comigo a sua desventura!
As lágrimas de mãe, as gotas do meu pranto
Acalmarão no Averno a sua queimadura!
Eu deixo para ti esse teu Paraíso,
Essa mansão celeste onde o amor é surdo!
Onde se goza a vida a contemplar tormento,
Onde a palavra Amor represa um absurdo!
Entrega esse teu céu às mães malvadas, vis,
Que os filhos já mataram para os não criar,
Pois só essas megeras poderão, no céu,
Ouvir gritar seus filhos, sem se consternar!
Desprezo esse teu céu! O meu amor é grande!
Imenso! Assaz sublime! E posso te afirmar
Que se não te comove o pranto lá do Inferno,
E os que no Averno estão são todos filhos teus,
O meu amor excede
Ao próprio amor de Deus!”
E ante o estupefato olhar do Padre Eterno,
A mãe beijou o filho... E foi para o Inferno!
Por Sidney Ornellas
O problema é q infelizmente e sem querer menosprezar, grande parte da sociedade nao tem discernimento para compreender tal texto, estao cegos pelo seu dogmatismo e nao conseguem enchergar a luz logo a sua frente!Ao meu ver, uma perfeita metafora para mostrar o quanto é incoerente o conceito q fazemos d Deus ja q o mesmo é onipotente e por isso nao faz o menor sentido acreditar q esse mesmo deus puna de forma tao cruél aqueles q nao o obedecem
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