Coisas Estranhas


E AS PRÁTICAS ESPÍRITAS

         Somos frequentemente abordados acerca da natureza das práticas espíritas, mais ou menos nestes termos, dentre outros: “... se eu for ao Centro Espírita vou ver os espíritos?” “Morro de medo de Centro Espírita, tenho medo dessas “coisas”. “Se eu for ao Centro, receberei mensagem de meu filho morto?”  “Seu Centro é de mesa branca ou preta?” E por aí vai.



Muito naturais estes tipos de dúvida. Chegamos a perceber inclusive, um certo preconceito contra os espíritas em alguns segmentos da sociedade.

O fato é que, o Espiritismo ainda não é bem conhecido pela maioria das pessoas. Elas confundem a Doutrina que nasceu em 1857, com práticas afro-brasileiras que datam da Escravidão. Não estamos aqui desmerecendo-as, mas trata-se de coisas totalmente diferentes, que apenas têm em comum com a Doutrina compilada pelo extraordinário Allan Kardec, a prática da mediunidade. Estamos falando da mediunidade em si, não da maneira como é trabalhada em cada facção. O que as pessoas não sabem, ou esquecem, é que suas religiões também praticam a mediunidade. TODAS, sem exceções. Mas isso é uma outra história que voltaremos a abordar.

Segundo a Doutrina Espírita, estamos espíritos encarnados neste momento. Podemos e devemos fazer uso de nossas faculdades espirituais e nos relacionarmos com o plano invisível. Para aliar esta teoria à prática, temos a prece, o estudo, a prática da caridade, a ação sobre os fluidos (passes, água fluidificada, vibrações) e o intercâmbio mediúnico. Falaremos sobre cada item posteriormente.

Nossa Doutrina é ainda Ciência e Filosofia e temos Jesus como guia e modelo para a prática espírita, pois somos cristãos. Ele nos ensina através de seu exemplo e da sua admirável didática, a praticarmos esses princípios com sinceridade, baseada na verdadeira fé e na razão; com simplicidade, sem necessidade de qualquer fórmula ou exterioridade; e sempre visando o bem, ou seja, o cumprimento da vontade Divina.

Mas então, o que não se pratica num Centro Espírita?

Um Centro Espírita é uma instituição absolutamente legalizada, onde se veicula única e exclusivamente a DOUTRINA ESPÍRITA, religião-científico-filosófica (pode-se trocar a ordem das palavras sem prejuízo para o conceito do Espiritismo) compilada em 1857, pelo pedagogo lionês Allan Kardec. Essa veiculação traduz-se pelo Movimento Espírita, a união dos espíritas para a prática doutrinária.

Determinadas práticas são totalmente estranhas ao Espiritismo, embora muitas pessoas acreditem o contrário. Dizem: “Espiritismo é coisa do capeta!”; “Espiritismo é feitiçaria!”; “Cruz-credo, não vou nem em almoço beneficente de Centro Espírita, porque é pecado!”; “Detesto ajudar os espíritas, porque etc...”. É uma infinidade tão grande de argumentos, que as pessoas utilizam para justificar suas atitudes preconceituosas para com os espíritas, que precisaríamos de muito espaço para relatá-las e o editor já fica zangado conosco porque escrevemos demais.

Determinadas práticas não são utilizadas nos Centros Espíritas, por não se enquadrarem nem no conteúdo doutrinário do Espiritismo, nem dentro das possibilidades lógicas para o nosso crescimento espiritual. Com esta posição, não estamos aqui criticando os irmãos das demais crenças, pois todas as religiões são abençoadas, são santas, e atendem perfeitamente a cada pessoa que nela crê. Apenas estamos dizendo, que no Espiritismo não se usa. São elas: exorcismo; sacrifícios de animais e, muito menos, de seres humanos; paramentos, uniformes ou roupas especiais; promessas, despachos, riscaduras de cruzes e pontos; rituais de iniciação de qualquer espécie ou natureza; altares, imagens, andores ou outros objetos de cultos; confecção de horóscopo, cartomancia e outras práticas similares; administração de sacramentos como, batizados e casamentos, concessões de indulgências e sessões fúnebres; rituais e encenações extravagantes; talismãs, amuletos, orações miraculosas, escapulários ou semelhantes; pagamento ou retribuição de qualquer natureza por benefício espiritual recebido; atendimento de interesses materiais para “abrir caminhos”; danças, procissões ou atos análogos; hinos ou cantos em línguas mortas ou exóticas; incenso, mirra, fumo, velas e outros que induzam à prática de rituais; qualquer bebida alcoólica ou substância alucinógena.

Repetimos que, todas as crenças são respeitáveis, todos somos irmãos, mas cada um tem sua maneira de chegar à comunhão com Deus, e, embora respeitemos o direito de pensar e de agir de cada um, cabe-nos evitar a enxertia em nosso ambiente religioso, que para nós, é tão sagrado quanto o seu.

Por Ana Dulce Pamplona Frade Madeira

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