"Tudo é lícito, mais nem tudo nos convém." |
Um
assunto que ainda gera polêmica é a questão do sexo, por exemplo, o
sadomasoquismo que ganhou destaque com o filme “50 tons de cinza” e o sexo
casual. Antigamente, o sexo era considerado um tabu na sociedade, já que muitas
mulheres eram obrigadas a casar para não ficarem solteiras ou então, porque
acabavam engravidando. Por que existe este tabu? Ao buscarmos o prazer sexual
estamos praticando o pecado? O que o
espiritismo fala desta questão?
O
homem busca em todas as formas o bem-estar, seja ela na forma de sexo, na
aquisição de novos conhecimentos, durante o descaso, entre outras maneiras. Na
questão 719, de O Livro dos Espíritos, Allan Kardec pergunta:
“É
repreensível ao homem procurar o bem-estar?”
Os
espíritos respondem: O bem-estar é um desejo natural. Deus não proíbe senão o
abuso. Ele não incrimina a procura do bem-estar, se esse bem-estar não é
adquirido às custas de ninguém, e se não deve enfraquecer, nem vossas forças
morais, nem vossas forças físicas.
Em
busca desse prazer, o homem ao longo do
tempo criou o hábito de namorar e casar, porém, descobriu outros costumes que
são considerados discutíveis. um deles é o sexo casual, que é aquele sem
compromisso, livre, e o único cuidado que se tem é na prevenção de doenças.
Geralmente,
quem procura pelo sexo casual revela um desejo de não casar. Como o espiritismo
trata desta questão? Allan Kardec, na questão 696, pergunta:
Que
efeito teria sobre a sociedade humana a abolição do casamento?
“Seria
uma regressão à vida dos animais.”
Comentário
de Allan Kardec: O estado de natureza é o da união livre e fortuita dos sexos.
O casamento constitui um dos primeiros atos de progresso nas sociedades
humanas, porque estabelece a solidariedade fraterna e se observa entre todos os
povos, se bem que em condições diversas. A abolição do casamento seria, pois,
regredir à infância da Humanidade e colocaria o homem abaixo mesmo de certos
animais que lhe dão o exemplo de uniões constantes.
Com
essa “abolição do casamento”, quem pratica o sexo casual busca sempre novos
parceiros, ou seja, se relaciona com diversas pessoas ao mesmo tempo. Allan
Kardec, na questão 701, pergunta:
Qual
das duas, a poligamia ou a monogamia, é mais conforme à lei natural?
— A
poligamia é uma lei humana, cuja abolição marca um progresso social. O
casamento, segundo as vistas de Deus, deve fundar-se na afeição dos seres que
se unem. Na poligamia não há verdadeira afeição: não há mais do que
sensualidade.
Comentário
de Kardec: Se a poligamia estivesse de
acordo com a lei natural devia ser universal, o que, entretanto, seria
materialmente impossível em virtude da igualdade numérica dos sexos.
A
poligamia deve ser considerada como um uso ou uma legislação particular
apropriada a certos costumes e que o aperfeiçoamento social fará desaparecer pouco
a pouco.
Ou
seja, quem pratica o sexo livre ou casal, com o tempo vai perdendo a “vontade”.
E quando isso acontece a pessoa percebe que não formou nenhum laco, com isso, o
vazio aperta, o desgosto pela vida aumenta e pode ate gerar uma depressão.
Sem
amor e afeição, o ato sexual é apenas a expressão de uma necessidade orgânica
que se esvai quando termina a carga erótica, não contribuindo em quase nada
para o relacionamento afetivo nem para o desenvolvimento do amor.
Nossa
necessidade de amor existirá durante toda a nossa existência de Espíritos
imortais. Não importa a idade, sexo, a instrução cultural e o requinte social,
ele sempre precisará de ternura. (Espirito
Hammed).
O
sexo não precisa ser tratado como tabu, porém, não pode estar relacionado a
libertinagem. Ao mesmo tempo em que traz alegria, pode levar a tristeza e a
angustia caso seja praticado de modo irresponsável.
O
espiritismo não condena o sexo, ele deixa o livre-arbítrio, e ainda, ensina o
ser humano, por meio, de esclarecimentos de que o sexo é importante para sua
plenificação sexual, mas sem criar uma dependência exclusiva.
Por Juliana
Chagas
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