Tudo tem começo e um fim! |
A vida é a nossa grande mestra. Tudo o que nos acontece está de algum modo nos
favorecendo, seja para nos melhorarmos, seja para nos
despertarmos da nossa zona de conforto, ou mesmo para adquirirmos alguma
habilidade ou mudarmos algum aspecto. O propósito - sempre o aprimoramento”
Geralmente nos sentimos
propensos ou motivados a realizar mudanças significativas em nossas vidas
quando estamos insatisfeitos, quando as condições em que vivemos não
correspondem mais as nossas expectativas.
Não há
necessidade de datas para nos renovarmos
Há certos momentos na vida que
por si mesmos são verdadeiros marcadores que sinalizam o fechamento de um
ciclo, quer aceitemos ou não.
Precisamos desenvolver nossa
“escuta interior” e através da nossa capacidade de compreensão, termos lucidez
e sensibilidade para aceitarmos que algo já se deteriorou. A partir dessa
percepção, é possível nos reposicionarmos e nos readaptarmos para darmos boas-vindas
ao “novo”, com suas infinitas possibilidades.
Muitas
vezes, a vida não convida, mas intima a atualizações necessárias para nosso
próprio progresso, enviando-nos sinais que muitas vezes recusamos
admitir e que tem um propósito maior: passar para uma etapa seguinte. Não
estamos atentos a estas leituras ambientais ou simplesmente as ignoramos, pois
não nos interessa sair de nossa comodidade, da nossa zona de conforto, mesmo
que deteriorada. Estamos ali, agarrados a qualquer custo. Precisamos nos
desvencilhar do que se deteriorou, seguir adiante e confiar na generosidade da
vida.
Quando
a vida nos sinaliza que um ciclo está se fechando, aceite o fato e aproveite
para renovar suas esperanças, oportunizando-se a gestar novos propósitos e
projetos de vida. Uma readaptação nem sempre é um processo
fácil, visto que dispensemos muita energia emocional na reorganização do “caos”
interno. Por outro lado, esse é também um momento rico para iniciarmos o
precioso movimento de auto avaliação e para revalidar o lugar que ocupamos ou
que desejamos ocupar no mundo.
Quando um ciclo se fecha, é
porque necessitamos realizar algum aprendizado naquele contexto, para passarmos
para a etapa seguinte. Os processos
transitórios da vida não são exatamente efêmeros, mas são etapas potencialmente
criativas.
Vida é
fluxo
É movimento, é a negação da
estagnação das nossas crenças e percepções arcaicas como verdades absolutas que
caíram por terra. Nada é definitivo, muito menos de nossa propriedade. Acreditamos que coisas e pessoas são
nossas. Na vida não existem garantias, nem datas de validade.
Com
o advento de uma nova fase, iniciam-se novas oportunidades. Em
contato com contingências que proporcionam agora o florescer de uma nova
consciência, nos será permitida uma maior lucidez dos fatos. Tudo isso nos
oportunizará criar a realidade que tanto desejamos e que somos diretamente
responsáveis. Este movimento criativo nos permite reflexões verdadeiras e
profundas que nos levam a dar novos significados a nossa existência, se
abrirmos mão do que se foi e darmos as boas vindas as novas possibilidades.
A nossa vida hoje é consequência de atitudes,
ações, palavras e pensamentos
do passado
Sendo assim, façamos valer uma
realidade diferente hoje através de uma postura diferente agora. Precisamos eliminar aspectos, coisas e
posturas que não nos proporcionam crescimento, que nada nos adiciona e que
podem até nos criar empecilhos.
Necessário
é reciclar o nosso lixo emocional, transmutar sentimentos negativos e aprender
a lidar melhor com nossas inquietações e limitações para entrarmos mais leves
em um novo ciclo de vida. Para que haja renovação verdadeira, de
dentro para fora, é indispensável reavaliar a nossa percepção dos fatos, mas o
principal de tudo para qualquer primeiro passo é nos aceitarmos como somos,
momento este de “insights” para toda mudança verdadeira, pois a partir do auto
aceitação, poderemos promover as mudanças que forem necessárias. Portanto,
desnude-se interiormente, retire suas máscaras, se olhe de frente.
Nada estará de todo perdido
As vezes precisamos mudar
rotas e trajetórias provenientes das nossas reavaliações daquilo que já não nos
serve mais. Mas nada foi perdido de todo: tornamo-nos mais vividos, mais
capazes e aprimorados.
Em
cada etapa da vida apostamos naquela realidade e investimos o melhor que
podemos nela. Quando nos deparamos com algumas
circunstâncias, vislumbramos o quanto agora tudo o que foi vivido não faz mais
sentido: neste momento nos damos conta que estamos em uma nova etapa de vida. A nossa maior conquista é transmutar a
própria vida em constante processo de evolução e recriação de nós mesmos,
colocando em pratica os valores que precisamos alimentar, nos aprimorando em
todas as perspectivas e principalmente aprendendo com os erros do passado.
Somos seres itinerantes na trajetória da vida e
estamos aqui para aprender, para evoluir
Só poderemos renascer para uma
nova realidade se tivermos a capacidade simbólica de nos despojarmos do
passado, aceitar as mortes simbólicas dos ciclos que é a própria sabedoria da
vida. Recriar-se. Renascer.
reinventar-se. Superar-se.
Nós, indivíduos eternos do
devir, estamos sempre em processo de reflexão acerca das nossas vivências para
obter a sabedoria que precisamos e que neste mundo nunca basta. As reflexões devem ser contínuas como meio
preventivo para não nos depararmos com crises que poderiam ser evitadas, quando
tentamos de alguma forma nos agarrar a algo que já se foi. O fechamento de
um ciclo nos oportuniza revisar, ressignificar e dar um novo sentido à própria
vida, colocando em pratica um novo projeto de acordo com a nossa realidade e
necessidades.
Permanecer
em um ciclo que já se fechou é altamente desgastante, além de se pagar um alto
preço por isto. Estar aberto, disponível e receptivo para
novas oportunidades e experiências é o que a vida nos propõe ao fim de cada etapa.
Muitas vezes não estamos
vivendo, mas vivenciando uma sobrevida, e não é isto o que queremos. Queremos ter uma vida plena e de qualidade,
portanto deixar ir o que já está carcomido não é sinal de covardia, e sim de
coragem. Coragem para dar um novo passo. Coragem para continuar a ter fé na
vida, apesar de tudo.
Para
refletir:
Que possamos olhar os
problemas como desafios, a dor como meio de aprendizado, as mudanças como
oportunidade de transformação, a insatisfação como eterna busca. Todo processo
pode ser fácil ou difícil, penoso ou desafiador, de possibilidades e
aprimoramentos. Depende de como você percebe cada acontecimento. E com o
fechamento de ciclos não é diferente, pois ele nos oportuniza uma nova vida.
Bem-vindos à renovação.
Por Soraya Rodrigues de Aragão
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