Sono em palestras espíritas

Quem aprende? Você ou o Espírito?

Muito se fala por aí sobre dormir em reuniões espíritas. Alguns defendem como uma necessidade ao trabalho espiritual onde o espírito se emancipa do corpo, outros, dizem ser mera obsessão ou preguiça de apreender o conteúdo.


Vamos analisar as nuances desse caso e experimentar juntos o aprendizado esclarecedor.

Antes de tudo é importante primeiro esclarecer a natureza do trabalho que se está realizando. Existem casos de reuniões mediúnicas em que médiuns precisam se emancipar do corpo por alguns instantes para que possam realizar o trabalho enobrecedor através do plano espiritual. Porém em casos de reuniões públicas ou de estudo o sono é prejudicial ao aprendizado e a esclarecimento da alma que dorme. Neste caso específico o melhor a se fazer é o autocontrole e a retidão de foco no pensamento de se instruir para evoluir.

Tomaremos por base a obra Diretrizes de Segurança de Divaldo pereira franco e Raul Teixeira agora para poder analisar mais outros dois casos que constantemente deixam dúvidas aos espíritas.

O primeiro deles seria quanto ao sono que sentem assim que começam a ler obras espíritas. Diz assim Divaldo na obra anteriormente citada:

“O sono normalmente decorre da falta de hábito da leitura, excepcionalmente quando a pessoa está em processo obsessivo, durante o qual as entidades inimigas operam por meio de hipnose, para impedirem àquele que está sob o seu guante que se esclareça, que se ilumine, e, consequentemente, se liberte. Mas, não em todos os casos. Na grande maioria, as pessoas cochilam na hora da leitura porque não se interessam e não fazem o esforço necessário para se manterem lúcidas, como também cochilam durante a sessão, por não estarem achando-a interessante; mas permanecem na maior atividade, quando vão ao cinema, ou ficam diante da televisão até altas horas, quando os programas lhes agradam”.

Em outro momento, temos as reuniões mediúnicas que em muitas casas é até aconselhado para que médiuns entrem no transe profundo o que acarreta em sonolentos cochilos. Até onde isso é necessário? Bom, usando da mesma obra que baseia este artigo Raul Teixeira nos fala sobre as causas do sono em reuniões mediúnicas:

“As causas podem ser várias. Desde o cansaço físico, quando o indivíduo vem de atividades muito intensas e, ao sentar-se, ao relaxar-se, naturalmente é tomado pelo torpor da sonolência. Também, pode ser causado pela indiferença, pelo desligamento, quando alguém está num lugar, fisicamente, entretanto pensando em outro, desejando não estar onde se acha. Compelido por uma circunstância qualquer, a pessoa se desloca mentalmente. O sono pode, ainda, ser provocado por entidades espirituais que nos espreitam e que não têm nenhum interesse em nosso aprendizado para o nosso equilíbrio e crescimento. Muitas vezes, os companheiros questionam: ‘– Mas nós estamos no Centro Espírita, estamos num campo protegido. Como o sono nos perturba? ’ Temos que entender que tais entidades hipnotizadoras podem não penetrar o circuito de forças vibratórias da Instituição, ficam do lado de fora. Mas, a pessoa que entrou no Centro, na reunião, não sintonizou com o ambiente, continua vinculada aos que se conservam fora, e através dessa porta, desse plug aberto, ou dessa tomada, as entidades que ficaram lá de fora lançam seus tentáculos mentais, formando uma ponte. Então, estabelecida a ligação, atuam na intimidade dos centros neuroniais desses incautos, que dormem, que se dizem desdobrar: ‘– Eu não estava dormindo… apenas desdobrei, eu ouvi tudo…’. Eles viram e ouviram tudo o que não fazia parte da reunião. Foram fazer a viagem com as entidades que os narcotizaram. Deparamos aí com distúrbios graves, porque quando termina a reunião o indivíduo está fagueiro, ótimo e sem sono, e vai assistir à televisão até altas horas, depois de se haver submetido aos fluidos enfermiços. Por isso recomendamos àqueles que estão cansados fisicamente que façam um ligeiro repouso antes da reunião, ainda que seja por poucos minutos, para que o organismo possa beneficiar-se do encontro, para que fiquem mais atentos durante o trabalho doutrinário. Levantar-se, borrifar o rosto com água fria, colocar-se em uma posição discreta, sempre que possível ao fundo do salão, em pé, sem encostar-se, a fim de lutar contra o sono. Apelar para a prece, porque sempre que estamos desejosos de participar do trabalho do bem, contamos com a eficiente colaboração dos Espíritos Bondosos. Faze a tua parte que o céu te ajudará. Temos, então, o sono como esse terrível adversário de nossa participação, de nosso aprendizado, de nosso crescimento espiritual. Não permitamos que ele se apodere de nós. Lutemos quanto conseguirmos, e deveremos conseguir sempre, para combatê-lo, para termos bons frutos no bom aprendizado”.

Concluiremos desse interessante debate que o famoso “há casos e casos” se aplica, porém cabe a cada um de nós ter a consciência como base. Se a reunião é de estudos e a palestra também talvez a nossa atenção seja merecida até mesmo para que possamos trabalhar no bem com tudo aquilo que recebemos nesta oportunidade maravilhosa de aprendizado. Amai-vos e instruí-vos, eis os ensinamentos.

Muita Paz a todos!

Por Felipe Gama

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