Um dom? Uma missão? Um carma? Ou apenas a constatação que existe algo a mais... |
Psicografia é uma faculdade que permite a certos médiuns escreverem sob a ação de Espíritos. Quem a possui é chamado de médium psicógrafo ou escrevente.
É a
faculdade mediúnica mais suscetível de ser desenvolvida pelo exercício. Além
disso, é o meio de comunicação com os Espíritos mais simples, mais cômodo e
mais completo.
O
fato da mensagem ser escrita permite que façamos um estudo mais cuidadoso,
analisando o conteúdo transmitido, o estilo, as ideias contidas no texto
escrito.
Além
disso, em alguns casos, podemos até identificar o autor pela letra ou
assinatura.
Existem 3 tipos de médiuns psicógrafos:
– Mecânicos: São
raros. Nesse caso, o Espírito atua diretamente sobre a mão do médium,
impulsionando-a. Independe da vontade do médium e ele nem toma consciência do
que está escrevendo. Na nossa Casa Espírita conhecemos dois médiuns psicógrafos
mecânicos. Algumas vezes eles escrevem com as duas mãos e de trás para a frente
(da direita para a esquerda), sem nenhuma consciência do conteúdo das mensagens.
Somente após o término da comunicação é que se torna possível saber o que foi
escrito. Quando escrevem com as duas mãos, são dois Espíritos que se comunicam
simultaneamente – prova inconteste de que os Espíritos atuam diretamente sobre
suas mãos, sem passar por sua mente (alma).
– Intuitivo: São
muito comuns. O Espírito comunicante atua sobre a alma do médium, identifica-se
com ela e lhe transmite suas ideias. De posse do pensamento o médium se
expressa conforme suas condições intelectuais e morais. Nesse caso, o médium
funciona como um verdadeiro interprete do Espírito comunicante e toma
conhecimento do que o Espírito quer escrever.
São
comuns, também, os Médiuns psicógrafos semi-mecânicos.
O Espírito também atua na mão do médium (como
no caso dos mecânicos) dando algum impulso,
mas o médium não perde o controle da mão e se escreve o faz porque quer. Tem
consciência do que escreve na medida que as palavras vão sendo escritas. É um
misto de psicografia mecânica e intuitiva.
Considerando
que o médium é um interprete do Espírito, este, quando quer escrever, tende a
procurar o “interprete” mais apto para expressar seus pensamentos, de sorte a
permitir que a mensagem que ele quer passar não sofra alterações.
Ocorre
o mesmo entre nós, os encarnados. Se você estivesse na Rússia e quisesse se
comunicar com as pessoas de lá e tivesse à disposição, por exemplo, dois
interpretes, procuraria aquele mais apto a transmitir sua fala. Se dentre os
dois interpretes, você reconhecesse num deles deficiências, isto é, falta de
domínio das línguas russa e portuguesa, o descartaria, pois não teria confiança
na interpretação e reprodução de sua fala.
Assim
acontece com os Espíritos que desejam se comunicar conosco: sempre procuram o
médium mais apto a fazê-lo. Somente quando não encontram é que se utilizam
daquele que se apresente com boa vontade, embora as limitações próprias.
Quando o médium se encontra apto?
O
médium sempre influi na comunicação mediúnica porque intermedeia o pensamento
do Espírito comunicante e a sua expressão no plano terreno.
Estabelece-se
uma verdadeira corrente mental entre o médium e o Espírito: o Espírito emite
seu pensamento e o médium capta e o “traduz” de acordo com suas condições de
assimilação (intelectual e moral).
Portanto
o médium tem necessidade de se preparar para ser um bom interprete dos
Espíritos.
A
sua especialização se dá, como em tudo na vida, pelo seu esforço, estudo,
exercício, sua dedicação e boa-vontade. O treino (exercício)
se faz necessário, mas sempre num grupo
espírita bem preparado.
Há que estudar muito para se especializar.
Ter
consciência do processo mediúnico: como se dá, o que poderá fazer para ajudar e
não trazer obstáculos para a comunicação.
Aprender
todas as técnicas da mediunidade: como se concentrar, como estabelecer a
ligação com o Espírito comunicante, por exemplo.
Como
o uso que faz da sua faculdade depende de suas intenções (moral), somente o médium
honesto, humilde, simples, que aplica o que aprende, que emprega sua faculdade
para o Bem das pessoas, é que vai poder contar com a simpatia dos Espíritos
sérios e bons, que poderão ajudá-lo no exercício de sua faculdade.
Tudo
é conquista. Nada é de graça.
Por Fernando Rossit
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