A Cura Pela Fé |
O
Espiritismo vem ao Homem, como revelação de Deus, com duas propostas distintas
e complementares. A primeira surge como auxílio às criaturas que padecem as
dores...
do corpo e da alma, proporcionando alívio e cursa de muitas enfermidades,
que nascem na alma doente e se manifestam na estrutura orgânica, ou somática.
Assim
é que, compadecido da dor de seus filhos, Deus envia seus mensageiros, os “Espíritos
do Senhor” de que nos fala o prefácio de O Evangelho Segundo o Espiritismo, a
fim de socorrerem os infortunados, através da ação benfazeja, voluntária e
gratuita dos médiuns que, alistados nas hostes do Espírito de Verdade, que é o
próprio Cristo, realizam a doação espontânea de fluidos salutares aos enfermos
de toda sorte, confiando em que, pela ação misericordiosa da Providência, todos
experimentem o bem estar desejados, o que algumas vezes se configura como cura.
Para
tanto, isto é, para que a cura se faça efetiva, é preciso que se atente para a
segunda proposta que a Doutrina Espírita estabelece na Terra junto a seus
profitentes: o esclarecimento das criaturas acerca das causas de seus males;
sejam espirituais ou físicos.
Cabe
ao Espiritismo, como continuador da obra do Cristo no mundo, disseminar as
informações sobre a real condição ou natureza do ser humano, de forma a
torná-lo consciente da realidade espiritual - que é a sua - e assim
capacitar-se para o convívio o mais constantemente possível com a dimensão
divina, que vibra no íntimo de cada um de nós. Tudo isto quer dizer que o
grande dever do Homem é reconhecer sua essência espiritual e, instruindo-se
nessa verdade, exercer todos os esforços que resultarão na cura efetiva de seus
males. Não é por outra razão que as casas espíritas falam em reforma íntima,
correspondendo a Kardec e a Jesus, o que só é possível pelo conhecimento que
cada um tenha de si mesmo, identificando as mazelas que o prendem à
inferioridade e despertando o potencial renovador que o elevará às esferas das
realizações superiores.
É
certo que a fé, ou seja, a confiança e a certeza de que Deus age sempre em
benefício de seus filhos bem amados, tem papel preponderante nos processos de
cura. O próprio Jesus, que realizou, conforme observamos no Evangelho, vários
fenômenos de cura, referiu-se à fé como o mecanismo indispensável para se
alcançar esse melhoramento relativo à saúde. No entanto, Ele deixou claro que
nenhuma daquelas curas foi feita por ato único de Sua vontade, mas todas
corresponderam á manifestação do potencial de fé das criaturas beneficiadas. “A
tua fé te curou”, dizia ele, alertando, contudo, para o fato de que cabe a nós
mesmos curarmos nossas enfermidades, ao explicar que, ajudando-nos, o Céu nos
ajudará, sendo imperioso, portanto, buscar o Reino de Deus para que tudo o mais
nos seja dado por acréscimo de misericórdia.
Tudo
isto, entretanto, exige um aprendizado e até lá é justo e válido que se recorra
a terceiros com o propósito de se alcançar os benefícios que proporcionem a
desejada cura. Não se deve esquecer, porém, que é a própria vontade que deve
ser mobilizada em todos os sentidos no tocante à obtenção do estado mais saudável,
sendo necessário, nesse âmbito, adotar uma postura diferenciada perante a vida
e perante a própria consciência. Isto significa a realização da propalada
reforma interior, que deve acontecer pela seriedade dos fatos e pela
responsabilidade por parte de quem deseja efetivamente libertar-se dos males
afligentes, sobe pena de se prolongarem essas mazelas. “Vai e não peques mais,
para que te não suceda coisa pior”, avisou o Mestre.
Por Francisco Muniz
FONTE:
almaespirita.blogspot.com.br
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