Durante a vida, eu e você, seremos um obsessor! |
A palavra obsessão dá a ideia de perseguição, mania, ideia fixa. Pois ela pode
acontecer de encarnado para encarnado.
Quando
se ouve falar em obsessão, imediatamente associamos essa ideia a espíritos
desencarnados perseguindo espíritos encarnados. Não é assim com você? Você não
pensa logo numa pobre vítima encarnada sendo prejudicada por um obsessor
malvado?
Muitas
vezes a intenção do espírito desencarnado é proteger sua suposta vítima. Não
percebe que sua ação, que sua proximidade, é prejudicial. Há também os que se
aproximam por simpatia, em busca de companhia, de algum conforto. Na verdade
somos nós que os atraímos com nossos pensamentos, palavras e ações.
Mas
quem disse que para haver obsessão precisa ter algum espírito desencarnado
participando? Aliás, a palavra obsessão dá a ideia de perseguição, mania, ideia
fixa. Pois ela pode acontecer entre encarnados. Não só pode acontecer como
acontece frequentemente.
O
que a diferencia da obsessão de desencarnado para encarnado, que é o que
estamos acostumados a ouvir? A diferença é a maior facilidade de acesso de
obsessor para obsediado, já que ambos estão no mesmo plano físico. Isso não
impede que essa obsessão aconteça também no astral. Durante o período de sono
físico, livre das convenções sociais impostas aos encarnados, o obsessor pode
trabalhar mais livremente, mostrando sua verdadeira cara.
Você
acha isso assustador? Não se assuste; talvez você passe ou já tenha passado por
isso. Um filho que esperneia quando quer alguma coisa, que se joga no chão e
grita, ou que faz chantagem emocional, manipulando a mãe: Isso não é um
obsessor? Claro que é. Influencia, manipula e domina. Um marido possessivo, que
nutre um ciúme doentio pela mulher; que a impede de qualquer proximidade com
outros homens, que tem ciúme e faz cenas por causa de artistas, de homens
famosos, que tem ciúme do computador e das amizades virtuais: Isso não é um
obsessor? Claro que é. Abafa a personalidade da esposa, interfere na sua
liberdade, acaba com sua autoestima.
Mas
é bom lembrar novamente que nem sempre o que desencadeia o processo obsessivo é
mal intencionado. Pelo contrário. Uma característica bastante comum neste tipo
de obsessão é o propósito de proteger. E essa “proteção” é exercida de duas
maneiras, como Rei ou como Escravo. Observe e veja que provavelmente você
conhece pelo menos uma situação assim.
O primeiro tipo é o Rei.
É o dominador, a autoridade absoluta em seus domínios, que geralmente é apenas
a sua casa. Na sua cabeça, o que ele quer é o melhor para os seus Súditos, que
são os seus familiares. Tudo tem que ser como ele quer. É autoritário e
acredita que só ele pode tomar decisões acertadas. Às vezes é subserviente no
trabalho e desconta suas frustrações de liderança em casa, nos seus Súditos.
Seu cônjuge e filhos vivem sufocados sob o seu comando, e ele acha que faz uma
grande coisa por eles, interferindo em suas escolhas, atitudes e
relacionamentos. É comum que seus familiares sintam-se mal em sua presença. Se
muito sensíveis, passam a experimentar conflitos e complexos de culpa por
desejarem vê-lo longe.
O segundo tipo é o Escravo. Faz todas as vontades da pessoa a quem escolheu para
servir. Tem cuidados extremados, é capaz de fazer todo tipo de sacrifício e até
de cometer insanidades pelo bem do seu Senhor. Quase sempre se trata de pessoa
só e carente, espécie de “patinho feio” com histórico de rejeição. Precisa de
um alvo para direcionar o seu amor e os seus desvelos, procurando, mesmo que
inconscientemente, ser reconhecido por alguém no mundo, já que ninguém antes
lhe deu atenção. Quer o seu Senhor só pra si, monopolizando seu tempo e sua
atenção. Acaba afastando de seu Senhor qualquer pessoa que represente uma
ameaça à sua devoção. Com o tempo, seu Senhor termina isolado, dependente do
Escravo, sua única e exclusiva companhia.
Você
conhece algum desses tipos? Como em todas as relações próximas que mantemos, é
preciso buscar suas origens no passado remoto do espírito imortal. Essas
relações doentias podem ser fruto de muitas reencarnações, pedindo urgente
reajuste.
Observe
a si mesmo, observe sua própria vida, verifique se já não ocupou uma dessas posições.
Isso pode comprometer irremediavelmente uma passagem pela Terra. Temos que
estar atentos e ter coragem de enxergar as coisas com um olhar mais largo, sem
nos atermos apenas no instante presente.
Por Morel Felipe Wilkon
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