Gasparetto, uma breve reflexão

Luiz Antônio Gasparetto,
realizou o que podia!

Sempre o admirei e a sua família pela coragem de deixarem o movimento espírita no momento que entenderam que a proposta espírita não mais atendia aos seus anseios. Declararam-se espiritualistas, assumiram que não entendiam que a mediunidade deveria ser exercida gratuitamente e foram viver seus projetos.


Porque ser espírita não é apenas acreditar em Deus, reencarnação, mediunidade, imortalidade da alma e pluralidade dos mundos habitados. Há quem assim o diga, mas é pura falácia, é argumento enganador. Essas crenças tornam o indivíduo espiritualista, mas não espírita. Para dizer-se espírita, há um modo específico de compreender e viver esses postulados, à luz dos ensinamentos de Kardec. O que também não se confunde com práticas e preconceitos do movimento espírita.

Isso não significa que ‘fora do espiritismo não há salvação’. De modo algum. Especialmente porque ninguém precisa se salvar de uma ‘perdição’ que não existe. Somos eternos, destinados à perfeição, mais hoje, mais amanhã.

Nem mesmo precisamos ser cristãos! O que nos define não é o sistema de crenças que adotamos, mas o que fazemos com ele. Há muitos ateus que se conduzem eticamente, com respeito aos outros e a si mesmos, enquanto religiosos há que se servem do discurso religioso para perpetuarem mandos, desmandos e abusos de toda ordem.

Acredito sinceramente que o espiritismo não deve invadir outros sistemas de crença, como se fosse A GRANDE LUZ, do mesmo modo que penso que é preciso respeitar a proposta espírita, evitando-se sua mescla indevida com concepções que conflitam com seus princípios, ainda que todas sejam, no fundo, espiritualistas.

A família Gasparetto, assim como Waldo Vieira, optou por seguir outro caminho, o que é louvável e respeitável. Mesmo porque não há apenas um caminho... O espiritismo, como já dissemos, é apenas mais um, dentre outros tantos.

Sempre tive muito respeito por ele e pela Zíbia por essa coragem. Por deixarem o espiritismo e o movimento espírita sem fazer confusão, sem pretender introduzir práticas estranhas, de outras formas de crer e de sentir, dentro do espiritismo. Não misturaram crenças e concepções, apenas seguiram seus caminhos.

Pena que ainda há, entre nós, aqueles que bem poderiam seguir seus caminhos e desempenharem excelente trabalho em outros arraiais, mas que preferem continuar dizendo-se espíritas para ‘usufruírem’ de um certo status e, em grande medida, lucrar altas somas à custa da credulidade alheia. Não sei se por engano ou mesmo por má-fé, a verdade é que nem servem bem a uma causa, nem servem bem às outras... Uma pena!

Mas é isso, assim é a vida. Cada um respondendo por si, pelas próprias ações.

Que você, Luiz Antônio Gasparetto, encontre sua serenidade e receba nossas boas vibrações.

Por Pedro Camilo

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