Quando as informações de um
determinado setor de uma empresa chegam às mãos do administrador, imperioso que
estejam corretas, claras, objetivas, completas, para que a partir delas o
administrador possa traçar diretrizes, estabelecendo um planejamento
estratégico. Se as informações contiverem 90% de acertos e somente 10% de
erros, estes 10%, embora sejam minoria esmagadora, poderão anular completamente
os dados corretos, porque servirão também de parâmetro para a tomada de
decisão, e decisões equivocadas fatalmente ocasionam prejuízos e não alcançam
objetivos.
Há algumas décadas, em O Livro dos Médiuns,
Cap XX, “Da influência moral do médium”, item 230, o Espírito Erasto
aconselhou: “Melhor é repelir dez verdades do que admitir uma única
falsidade, uma só teoria errônea. Efetivamente, sobre essa teoria poderíeis
edificar um sistema completo, que desmoronaria ao primeiro sopro da verdade,
como um monumento edificado sobre areia movediça, ao passo que, se rejeitardes
hoje algumas verdades, porque não vos são demonstradas clara e logicamente,
mais tarde um fato brutal, ou uma demonstração irrefutável virá afirmar-vos a
sua autenticidade”.
Erasto tem razão, e seu pensamento, embora muitos
não saibam, foi trazido ao cotidiano das empresas. É melhor não ter informações
do que tê-las imprecisamente, esses pequenos equívocos podem ocasionar grandes
estragos, tanto nas empresas, quanto na vida.
Imaginemos se na codificação da Doutrina Espírita,
Kardec tivesse aceitado sem o rigor científico e o bom senso que lhe era
característico todas as informações provindas da espiritualidade? Certamente o
espiritismo teria se perdido em um oceano de informações distorcidas, gerando
dúvidas, desavenças e equívocos de interpretação por parte dos promitentes da
doutrina que se iniciava. O alicerce necessitava ser construído sobre base
sólida, sedimentada pela verdade, para não ruir diante das dificuldades
naturais advindas do estágio evolutivo em que se encontrava a humanidade.
Por isso, trouxemos aqui algumas reflexões que
julgamos importantes, para que a comunicação do espírita com o universo fora do
centro espírita seja eficaz, ofertando uma informação com qualidade, a fim de
que aqueles que não são espíritas possam compreender com exatidão os postulados
de renovação interior que propõe a doutrina codificada por Kardec.
Por isso, importante:
Transmitir uma informação espírita com
qualidade.
E informação espírita com qualidade tem dois
vértices:
1º. Solidez de conhecimentos doutrinários.
2º. Simplicidade ao transmitir esses conhecimentos.
Abordaremos a seguir o primeiro vértice que é:
Solidez de conhecimentos doutrinários.
Em geral, nós brasileiros somos pouco afeitos à
leitura, ao estudo, à pesquisa, passamos muito tempo em frente à televisão e
distante dos livros, e o espírita não foge à essa regra. (obviamente que há
exceções).
Para o conhecimento espírita chegar com qualidade a
nosso interlocutor, se faz mister que esteja fincado dentro das obras
básicas que compõem a Doutrina Espírita, os cinco livros da codificação
Kardequiana mais os volumes da Revista
Espírita contém toda a estrutura doutrinária. As obras de André Luiz
psicografadas por Chico Xavier também abrem-nos os horizontes em relação à vida
espiritual. Existem muitos outros bons livros, todavia, relevante que o
espírita se habitue a consultar as obras kardequianas para tirar dúvidas,
estudar ou mesmo confirmar informações. Há que se atentar para o sábio conselho
do Espírito Verdade: “Espíritas amai-vos, espíritas instrui-vos”.
Contudo, não basta apenas ler, imperioso ir
além, estudar, pesquisar, buscar incessantemente o conhecimento doutrinário
através do intercâmbio com o movimento espírita tornarão o espírita apto a
passar uma informação com qualidade a quem procura saber mais sobre a doutrina
espírita; isso é muito importante para que as pessoas tenham uma ideia real do
que é o espiritismo, sem confundir a doutrina codificada por Kardec com outras
religiões ou filosofias de vida.
Muitas criaturas têm uma imagem distorcida do que é
o espiritismo porque falta a informação espírita transmitida com qualidade.
Muitos procuram o Centro Espírita ávidos por milagres, realizações, contato com
o além, iludem-se quanto as reais finalidades do espiritismo... Se aquele que
recepciona esse recém chegado as fileiras espíritas o fizer de forma
distorcida, misturando conceitos, embaralhando teorias e transmitindo a
mensagem espírita sem fidelidade, fatalmente a confusão de idéias estará
armada, quem recebeu as informações irá assimilá-la de forma equivocada e quem
sabe até transmiti-la de maneira errônea. Daí o conselho de Erasto para guardar
prudência diante de teorias e supostas revelações. Importante se conscientizar
que:
A Doutrina Espírita oferece muito mais que isso, é
ela sagrado roteiro de vida, proporciona consolo aos corações cansados pelos
embates existenciais, disponibiliza caminhos para que possamos nos libertar de
inúmeras amarras físicas e psíquicas, explica de onde viemos, o que fazemos
aqui, para onde vamos. O espírita precisa se preparar, estudar as obras
básicas, enfim, se espiritizar, para que transmita informações espíritas com
qualidade.
O segundo vértice:
Simplicidade ao transmitir esses
conhecimentos.
A informação com qualidade pode ser transmitida de
forma simples, cristalina, objetiva. De nada adianta utilizar termos técnicos
que só espíritas calejados compreenderão para quem está chegando à doutrina
neste momento. A abordagem referente à comunicação com o “além”, que motiva
muita gente a procurar o espiritismo, deve ser feita com naturalidade e
simplicidade, sem sensacionalismos que poderão iludir os recém chegados.
Mostrar que o Espiritismo veio para dialogar com o
cotidiano, que suas lições são para aplicação constante deve ser um dos
objetivos daqueles (as) que se propõem a divulgá-lo. Daí a necessidade da
simplicidade e naturalidade ao se transmitir a mensagem espírita, ela deve ser
de fácil compreensão, deve estar aberta tanto à inteligências mais robustas
como as mais singelas. Nesse mister destacam-se vários autores da literatura
espírita, como o bauruense Richard Simonetti, por exemplo, que traz em suas
obras uma linguagem de fácil assimilação, Richard estende o tapete vermelho
àqueles (as) que estão chegando ao espiritismo, trocando em miúdos as lições
kardequianas e mais importante, atuando com extrema fidelidade doutrinária.
Se nós espíritas estabelecermos como meta
transmitir uma informação espírita com qualidade, precavendo-se contra as
distorções das ideias kardequianas, estudando, pesquisando, debatendo,
certamente estaremos colaborando para que o espiritismo abra a consciência
humana quanto aos imperativos da auto-educação do homem, que é sem
interrogações seu maior objetivo.
Por Wellington Balbo
Nenhum comentário:
Postar um comentário