Carnaval de novo |
O
Carnaval, conforme os conceitos de Bezerra de Menezes é festa que ainda guarda
vestígios da barbárie e do primitivismo que ainda reina entre os encarnados...
marcado pelas paixões
do prazer violento. Como nosso imperativo maior é a Lei de Evolução, um dia
tudo isso, todas essas manifestações ruidosas que marcam nosso estágio de
inferioridade desaparecerão da Terra. Em seu lugar, então, predominará a
alegria pura, a jovialidade, a satisfação, o júbilo real, com o homem
despertando para a beleza e a arte, sem agressão nem promiscuidade.
A
folia em que pontifica o Rei Momo já foi um dia a comemoração dos povos
guerreiros, festejando vitórias; foi reverência coletiva ao deus Dionísio, na
Grécia clássica, quando a festa se chamava bacanalia; na velha Roma dos
césares, fortemente marcada pelo aspecto pagão, chamou-se saturnalia e nessas
ocasiões se imolava uma vítima humana.
Na
Idade Média, entretanto, é que a festividade adquiriu o conceito que hoje apresenta
o de uma vez por ano é lícito enlouquecer, em homenagem aos falsos deuses do
vinho, das orgias, dos desvarios e dos excessos, em suma.
A
letra da música de Caetano Veloso diz: “atrás do trio elétrico só não vai quem
já morreu”, mas para os espíritas a letra deveria ser modificada para: “atrás
do trio elétrico também vai quem já morreu”, porque o Espiritismo nos esclarece
que estamos o tempo todo em companhia de uma inumerável legião de seres invisíveis,
recebendo deles boas e más influências a depender da faixa de sintonia em que
nos encontremos. Essa massa de espíritos cresce sobremaneira nos dias de
realização de festas pagãs, como é o Carnaval. Nessas ocasiões, como grande
parte das pessoas se dá aos exageros de toda sorte, as influências nefastas se
intensificam e muitos dos encarnados se deixam dominar por espíritos maléficos,
ocasionando os tristes casos de violência criminosa, como os homicídios e
suicídios, drogas lícitas e ilícitas, além dos desvarios sexuais que levam à
paternidade e maternidade irresponsáveis, doenças sexualmente transmissíveis,
abortos, etc.
Isso
acontece tanto com aqueles que se afinizam com os seres perturbadores, adotando
comportamento vicioso, quanto com criaturas cujas atitudes as identificam como
pessoas respeitáveis, embora sujeitas às tentações que os prazeres mundanos
representam, por também acreditarem que seja lícito enlouquecer uma vez por
ano.
Mas,
do mesmo modo como somos facilmente dominados pelos maus espíritos, quando
sintonizamos na mesma frequência de pensamento, também obtemos pelo mesmo
processo, a ajuda dos bons, aqueles que agem a nosso favor em nome de Jesus.
Basta, para tanto, estarmos predispostos a suas orientações, atentos ao aviso
de “orar e vigiar” que o Cristo nos deu há dois mil anos, através do cultivo de
atitudes salutares, como a prece e a praticada caridade desinteressada.
Como disse Carlos
Baccelli:
Advertiu-nos
o apóstolo Paulo: “Tudo me é lícito, mas nem tudo me convém”. O mal não está
tanto na coisa em si; está em como nos conduzimos dentro dela. O carnaval não
seria o que é, se não fôssemos o que somos. É natural a presença do jovem
espírita em festas e boates; no entanto, ao adentrar uma casa de diversão, ele
não pode deixar lá fora a sua condição religiosa, como se tal condição lhe
fosse uma capa da qual ele pudesse despir-se à vontade.
Há
quem se isole em grupos religiosos para orar ou pular um carnaval mais
cristianizado, onde a alegria não precisa de drogas, sexo desregrado, atitudes
desequilibradas.
Então,
podemos concluir que, seria bom evitarmos, mas se não for possível, podemos nos
divertir, mas nos comportemos como cristãos seja lá onde estivermos. ORAÇÃO e
VIGILANCIA é a recomendação sempre atual.
(Compilação de
Rudymara retirado do texto da Revista Espírita e do livro Mediunidade na
Mocidade de Carlos A. Baccelli).
Fonte:
http://www.feig.org.br
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